Otimização do forrageamento na quebra espontânea de cocos por um grupo de macacos-prego (Cebus apella) (2000)
- Authors:
- Autor USP: OTTONI, EDUARDO BENEDICTO - IP
- Unidade: IP
- Subjects: PRIMATAS; COMPORTAMENTO ANIMAL
- Language: Português
- Abstract: O uso de ferramentas por primatas não-humanos vem sendo alvo de inúmeros estudos em condições de cativeiro, semi-cativeiro e ambiente natural, tanto com espécies do Velho Mundo quanto do Novo Mundo. O grupo de Cebus apella aqui estudado vive em uma área reflorestada de 180.000 m² do Parque Ecológico do Tietê (São Paulo-SPO) em condições de semi-liberdade. Os sujeitos quebram espontaneamente cocos de Syagrus romanzoffiana com o auxílio de pedras, de uma maneira muito similar ao descrito entre chimpanzés. O coco é posicionado sobre o substrato ("bigornas": pedras ou cimentados) e golpeados com o "martelo" (outra pedra, menor), sendo quebrado e o endosperma ingerido. Estes locais em que ocorriam as quebras eram, de modo geral, reutilizados pelos animais. De fevereiro de 1998 a fevereiro de 1999 os sítios de quebra (numerados e assinalados com estaca de madeira, à medida em que eram descobertos por observação direta ou indireta) foram limpos (remoção dos restos de cocos) semanalmente com a finalidade de verificar suas freqüências de utilização pelos animais. Dos 157 sítios mapeados desde o início do estudo, 134 continuavam a existir (ou surgiram) neste período, dos quais 120 foram efetivamente utilizados ao menos uma vez. Observou-se a presença de restos de cocos e a permanência dos "martelos" (e das "bigornas", quando móveis) no local. A freqüência relativa de uso dos sítios foi calculada dividindo-se o número de semanas em que cada sítio foi utilizado pelo número de semanas em que apresentava condições de uso. Foi realizado um levantamento da distância de cada sítio ao coqueiro (Syagrus) mais próximo. Os valores obtidos foram categorizados em intervalos de 10m (0-10 m, 11-20 m, 21-30 m, 31-40 m, 41-50 m, 51-60 m, 61-70 m e +70 m). Observamos que à medida em que a distância aumenta, diminui o número de sítios. Além disso, a correlação (negativa) entre as freqüênciasrelativas de uso e a distância dos coqueiros para cada um dos sítios foi significativa (Wilcoxon, z = -10,044,p<0,0001), ou seja, além de menos numerosos, os sítios mais distantes eram menos freqüentemente utilizados. Assim, embora outros fatores (como disponibilidade de pedras, de rotas de fuga e grau de exposição) provavelmente sejam também relevantes na seleção dos sítios de quebra, há uma clara preferência por sítios mais próximos dos coqueiros.
- Imprenta:
- Publisher: UFSC/CCB
- Publisher place: Florianópolis
- Date published: 2000
- Source:
- Título do periódico: Anais
- Conference titles: Encontro Anual de Etologia
-
ABNT
MANNU, M. e OTTONI, Eduardo Benedicto. Otimização do forrageamento na quebra espontânea de cocos por um grupo de macacos-prego (Cebus apella). 2000, Anais.. Florianópolis: UFSC/CCB, 2000. . Acesso em: 18 abr. 2024. -
APA
Mannu, M., & Ottoni, E. B. (2000). Otimização do forrageamento na quebra espontânea de cocos por um grupo de macacos-prego (Cebus apella). In Anais. Florianópolis: UFSC/CCB. -
NLM
Mannu M, Ottoni EB. Otimização do forrageamento na quebra espontânea de cocos por um grupo de macacos-prego (Cebus apella). Anais. 2000 ;[citado 2024 abr. 18 ] -
Vancouver
Mannu M, Ottoni EB. Otimização do forrageamento na quebra espontânea de cocos por um grupo de macacos-prego (Cebus apella). Anais. 2000 ;[citado 2024 abr. 18 ] - Capuchin monkey tool use: overview and implications
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