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Padecendo a perda da espontaneidade da ação: o desconforto vivenciado por homens que sofreram infarto agudo do miocárdio (2000)

  • Authors:
  • Autor USP: MUSSI, FERNANDA CARNEIRO - EE
  • Unidade: EE
  • Sigla do Departamento: ENC
  • Subjects: ENFERMAGEM CARDIOLÓGICA; INFARTO DO MIOCÁRDIO
  • Language: Português
  • Abstract: Sendo a promoção do conforto uma das metas centrais da enfermagem, e considerando que conforto e desconforto devem ser entendidos como estados subjetivos, à luz das interações vivenciadas pelo paciente ao longo de sua trajetória de doença e tratamento - e, portanto, vinculadas aos fatores objetivos das instituições, da racionalidade e práticas que as fundamentam - este estudo visou investigar a experiência de conforto na perspectiva do Interacionismo Simbólico, empregando a metodologia da Teoria Fundamentada nos Dados. As entrevistas com treze homens que sofreram infarto agudo do miocárdio (IAM), feitas em duas unidades (uma pública e uma privada) de tratamento localizadas em São Paulo foram analisadas segundo esta metodologia, com o objetivo de compreender as situações vivenciadas por homens com IAM, por eles definidas como conforto ou desconforto, e desenvolver um modelo teórico que descrevesse esses significados nessa experiência. O processo psicossocial básico correspondente é descrito como composto por três fenômenos que traduzem, essencialmente, uma vivência permeada pelo desconforto: 1) Tendo uma ruptura com a vida cotidiana, provocada pelo aparecimento de sintomas ou pela irrupção do infarto, os homens se vêem desprovidos do fluxo de ação espontâneo característico da vida cotidiana, experenciando a perda do controle da própria existência e demandando socorro médico. Internados para tratamento, da interação com anorma médica resulta o segundodesconforto marcante da experiência, referido como a condição de paciente infartado: imobilizados, isolados, impossibilitados de agir e fazer escolhas, com medo de morrer, deixam a condição de sujeito do cotidiano, 2) Tendo a identidade pessoal suspensa. À medida que se recuperam, vêem atenuarem-se as restrições à ação, referindo como situações de conforto o alívio da dor e as possibilidades de interação intersubjetiva, que os deslocam da condição de paciente para ) a pessoa. Ao deixar o hospital pela primeira vez, tentam reviver o cotidiano anterior ao infarto, confrontam-se com as próprias limitações e, mais cedo ou mais tarde, sofrem o retorno da doença e a re-hospitalização. Nessa terceira fase do processo, vão 3) Reapropriando-se da identidade pessoal carregando as marcas do infarto, reconhecendo, não sem relutância, a impossibilidade da ação espontânea de antes frente aos limites que agora respeitam, buscando prolongar a vida. A categoria central que expressa o sentido do desconforto nas três fases da expriência é, pois, "Padecendo a perda da espontaneidade da ação": a doença gera o padecer que impede o ser espontâneo do cotidiano, substituindo-o pelo ser racional, regulado pelos imperativos da norma médica e pelos próprios limites, em função da sobrevivência. A reflexão sobre essa experiência sugere um questionamento do modelo clínico de intervenção, apontando a possibilidade de a enfermagem atuar na prevenção secundária e propondoquestões para aprimorar a formação do enfermeiro
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 20.12.2000

  • How to cite
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    • ABNT

      MUSSI, Fernanda Carneiro. Padecendo a perda da espontaneidade da ação: o desconforto vivenciado por homens que sofreram infarto agudo do miocárdio. 2000. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. . Acesso em: 21 out. 2024.
    • APA

      Mussi, F. C. (2000). Padecendo a perda da espontaneidade da ação: o desconforto vivenciado por homens que sofreram infarto agudo do miocárdio (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Mussi FC. Padecendo a perda da espontaneidade da ação: o desconforto vivenciado por homens que sofreram infarto agudo do miocárdio. 2000 ;[citado 2024 out. 21 ]
    • Vancouver

      Mussi FC. Padecendo a perda da espontaneidade da ação: o desconforto vivenciado por homens que sofreram infarto agudo do miocárdio. 2000 ;[citado 2024 out. 21 ]

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