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Migração vertical de microcrustáceos, Chaoboridae e Hydracarina no Lago Monte Alegre (2000)

  • Authors:
  • Autor USP: PERTICARRARI, ANDRÉ - FFCLRP
  • Unidade: FFCLRP
  • Sigla do Departamento: 592
  • Assunto: CRUSTÁCEOS
  • Language: Português
  • Abstract: A migração vertical diária ocorre em uma variedade de organismos marinhos e de água doce, abrangendo todos os fílos planctônicos. Este comportamento está presente em grupos taxonômicos relacionados ou não filogenetícamente, sendo que pode tersurgido independentemente durante a evolução. 0 padrão geral consiste em ascensão para camadas superficiais durante a noite e descida para estratos mais profundos ao amanhecer, onde permanecem durante todo o período do dia, sendo esta migraçãodenominada noturna. Entretanto, observam-se outros padrões, não muito comuns, de migração vertical entre os organismos, como a migração reversa, quando os animais migram para camadas superficiais durante o dia retornando para camadas maisprofundas durante a noite, e a migração crepuscular associada com o declínio da iluminação, geralmente ao entardecer e amanhecer. Vários são os fatores envolvidos na migração vertical como causa ou valor adaptativo, podendo ser tanto abióticoscomo bióticos, tais como, luz, temperatura, oxigênio dissolvido, ventos, substâncias liberadas por peixes e outros organismos, predação, alimentação, idade e sexo. Várias hipóteses tentam explicar o valor adaptativo da migração verticalenvolvendo competição, vantagens demográficas e metabólicas. A hipótese mais aceita sobre a "causa última" ou valor adaptativo, é que a migração é uma adaptação para escapar de predadores que se orientam visualmente durante o dia, assimcomoevitar a predação por predadores não visuais através de outros padrões de migração vertical. 0 objetivo deste trabalho foi aprofundar o conhecimento sobre a distribuição vertical dos microcrustáceos (Cladocera a Copepoda), Chaoborus (Insecta,Diptera) e ácaros aquáticos (Hydracarina) em um ciclo diário, no Lago Monte Alegre, procurando levantar hipóteses sobre a relação entre a movimentação dos organismos e as intensidades luminosas e sobre o valor adaptativo, .. levando?se em conta o alimento e a predação. Para isso foram escolhidas várias épocas com características abióticas marcantes. As amostras de água foram coletadas de metro em metro, com bomba de sucção (30 Imin). Os organismos dasamostras foram narcotizados e fixados com formol 4%. Foram coletadas amostras de água para análise de carbono particulado e clorofila, os quais avaliaram a biomassa de fitopláncton na coluna de água, ao meio dia e à meia noite. A contagem dosmicrocrustáceos foi feita em subamostras de 1, 2,5 ou 5 ml obtidas com pipeta de pistão. As larvas de Chaoborus e os ácaros foram contados integralmente. A temperatura não foi o fator determinante na distribuição das espécies, sendo que osorganismos zooplanctônicos estavam distribuídos por quase toda a coluna de água, quando da formação de uma termoclina definida e duradoura na primeira série de coletas. Já o oxigênio dissolvido atuou como barreira à migração dos organismos,ficandoos movimentos restritos às camadas superficiais mais oxigenadas, no período de estratificação intensa. A luz pode ser considerada o fator primário no desencadeamento e controle do processo, sendo as condições de radiação ao entardecer eao amanhecer cruciais, com os organismos zooplanctónicos iniciando os movimentos de descida e subida. Observou?se evitação da camada mais superficial e iluminada pelos organismos evitando, assim, altas mortalidades por radiações de ondas curtas.0 cladôcero Daphnia gessneri realizou migração noturna, que poderia ser uma forma de evitar a predação por tilápia, que localiza aglomerados de zooplâncton visualmente. Observou?se a formação de aglomerados nesta espécie, o que poderiarepresentar um mecanisrno contra a predação por invertebrados que localizam a presa por mecanorreceptores, como por exemplo as larvas de Chaoborus e ácaros aquáticos. .. Copepoditos e os adultos dos copépodos Tropocyclops prasinus meridionalis e Thermocyclops decipíens apresentaram, em geral, um padrão de migração reversa, sendo uma forma de evitar a predação pelas larvas de Chaoborus,principalmente os estádios III e IV que passaram a se alimentar de copépodos. Os ácaros aquáticos realizaram migração noturna, tendo este comportamento uma possível relação com a distribuição alimentar, ou seja, os ácaros estariam acompanhandoos movimentos verticais de suas presas. As larvas de Chaoborus apresentaram diferentes comportamentos migratórios. Amigração reversa observada em algumas séries nos estádios I, II e Ill, poderia ser uma resposta à predação por ácaros. Já amigração notuma observada em alguns estádios larviais, principalmente o estádio IV, seria uma evitação da predação exercida por peixes, que selecionam as larvas maiores
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 18.12.2000

  • How to cite
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    • ABNT

      PERTICARRARI, André. Migração vertical de microcrustáceos, Chaoboridae e Hydracarina no Lago Monte Alegre. 2000. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2000. . Acesso em: 27 set. 2024.
    • APA

      Perticarrari, A. (2000). Migração vertical de microcrustáceos, Chaoboridae e Hydracarina no Lago Monte Alegre (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Perticarrari A. Migração vertical de microcrustáceos, Chaoboridae e Hydracarina no Lago Monte Alegre. 2000 ;[citado 2024 set. 27 ]
    • Vancouver

      Perticarrari A. Migração vertical de microcrustáceos, Chaoboridae e Hydracarina no Lago Monte Alegre. 2000 ;[citado 2024 set. 27 ]

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