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Macroalgas do infralitoral do sul e sudeste do Brasil: taxonomia e biogeografia (2000)

  • Authors:
  • Autor USP: HORTA JUNIOR, PAULO ANTUNES - IB
  • Unidade: IB
  • Sigla do Departamento: BIB
  • Subjects: BOTÂNICA (CLASSIFICAÇÃO); MACROALGAS
  • Language: Português
  • Abstract: A flora de macroalgas bênticas do infralitoral de fundo rochoso das ilhas, ilhotas e lajes do litoral sul e sudeste do Brasil é praticamente desconhecida. Os únicos trabalhos que tratam de algas do infralitoral basearam-se em dragagens em algumas baías e enseadas da região. No entanto, dragagens não são eficientes em fundos consolidados, sendo o mergulho autônomo a única forma adequada de se amostrar estes ambientes. Partindo da hipótese que a flora existente em substratos consolidados do infralitoral possa apresentar surpresas que permitam reinterpretar o cenário fitogeográfico conhecido para o Brasil, especialmente em uma área de transição florística e de temperatura na costa brasileira. Este trabalho teve como objetivo: 1.contribuir para o inventário da flora de algas marinhas brasileiras, em particular da região sul e sudeste, através de um levantamento do infralitoral acessível por técnicas de mergulho autônomo (5-35m); 2. testar a hipótese de que algumas espécies tem seus limites de distribuição estendidos tanto em direção ao sul quanto ao norte no infralitoral, com relação ao que ocorre na região entre marés; 3. realizar, através de uma abordagem ecológica/evolutiva, uma análise da origem e distribuição da flora de macroalgas da costa brasileira a partir de dados colhidos da literatura, e dos dados originais obtidos neste trabalho, visando a construção de um novo cenário biogeográfico. O mergulho autônomo permitiu a realização de coletas meticulosas emregiões permanentemente submersas com relevos irregulares, permitindo a busca de exemplares delicados, inclusive a seleção de espécimes férteis, em nichos inacessíveis por outros e a seleção de plantas diferentes de modo a cobrir eventual variabilidade populacional. Foram encontrados 194 táxons infragenéricos, sendo 144 pertencentes à divisão Rhodophyta, 24 à Phaeophyta e 26 à Chlorophyta. Dentre as algas vermelhas as ordens mais representativas em ) número de espécies foram as Ceramiales com 68 espécies, Corallinales com 18, as Rhodymeniales com 13 e as Gigartinales com 12 espécies. As pardas estavam representadas principalmente pela ordem Dictyotales com 10 espécies e as verdes pela ordem Bryopsidales com 11 espécies. Foram citadas pela primeira vez para o litoral brasileiro 14 espécies e várias novas citações para os estados visitados, e ainda três possíveis espécies novas para a ciência. A padronização do esforço de coleta permitiu verificar que as estações mais ricas em número de espécies foram aquelas onde a transparência da água e a heterogeneidade de substratos foram maiores, o que foi corroborado pela análise de componentes principais. A maior diversidade também esteve associada às coletas de verão, possivelmente devido à maior transparência, resultado da menor frequência de ventos fortes. Fatores como a herbivoria e o hidrodinamismo são importantes e responsáveis por variações internas em cada uma das estações, mas não quando considerado oconjunto das áreas visitadas. Devido às condições mais estáveis do infralitoral observou-se a extensão dos limites de ocorrência de várias populações, tanto daquelas típicas de águas mais frias, presentes ao sul, quanto daquelas de águas mais quentes, presentes ao norte. No que diz respeito ao padrão de distribuição geográfica este é resultante de uma complexa série de eventos histórico-evolutivos eecológicos. Embora o reconhecimento dos fatores causais que explicam uma dada distribuição seja uma meta perseguida pelos biólogos, só raramente ela pode ser atingida e, mesmo assim, de forma hipotética. Assim, embora as afinidades da flora brasileira tenham sido discutidas por vários autores, alguns aspectos ainda são duvidosos e estamos longe de atingir um consenso. A hipótese mais frequentemente aceita apresenta o Mar das Antilhas como o grande centro de dispersão no Atlântico Tropical, apoiada no ) argumento de grande riqueza específica e alto grau de endemismo assumido para a região. A revisão bibliográfica dos táxons citados para o litoral brasileiro e uruguaio, somada aos dados originais levantados pelo presente trabalho no infralitoral sul e sudeste, geraram uma matriz de 649 táxons, sendo 405 Rodófitas, 159 Clorófitas e 85 Feófitas. Os estados mais ricos em número de espécies foram Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, com 411, 324 e 304 táxons infragenéricos, respectivamente. Com relação aos padrões de distribuição das comunidades algais na costabrasileira, a análise de componentes principais agrupou os estados brasileiros em duas grandes regiões: Tropical e Temperada Quente, determinadas por fatores relacionados com a diversidade de habitat e temperatura, e uma terceira região caracterizada pela presença de manguezais. Os índices de Feldmann e Cheney, que buscam interpretar de um ponto de vista biogeográfico a distribuição das divisões de macroalgas, mostrou ser mais apropriado para áreas geográficas extensas e para a flora da região entre marés, devido ao aumento da representatividade da algas vermelhas no infralitoral. As discrepâncias observadas podem ser atribuidas ao fato de que alguns estados brasileiros, principalmente os do litoral nordestino, ainda são carentes de estudos taxonômicos mais aprofundados, e à distribuição ocasional de regiões com forte influência de manguezais. Com relação às afinidades florísticas de nosso litoral, partindo da análise de informações relacionadas com a deriva continental e paleocirculação no Atlântico sul, aventa-se qua a flora de macroalgas do Brasil tenha origem a partirdo oceano Índico, da mesma forma que a flora caribenha, só que em diferentes tempos e por diferentes rotas
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 08.12.2000

  • How to cite
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    • ABNT

      HORTA, Paulo Antunes. Macroalgas do infralitoral do sul e sudeste do Brasil: taxonomia e biogeografia. 2000. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. . Acesso em: 12 jun. 2025.
    • APA

      Horta, P. A. (2000). Macroalgas do infralitoral do sul e sudeste do Brasil: taxonomia e biogeografia (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Horta PA. Macroalgas do infralitoral do sul e sudeste do Brasil: taxonomia e biogeografia. 2000 ;[citado 2025 jun. 12 ]
    • Vancouver

      Horta PA. Macroalgas do infralitoral do sul e sudeste do Brasil: taxonomia e biogeografia. 2000 ;[citado 2025 jun. 12 ]

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