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Distribuição e biologia de gastrópodes de água doce, gênero Potamolithus, no Vale do Alto Ribeira, São Paulo (Mollusca: Gastropoda: Hydrobiidae) (1998)

  • Authors:
  • Autor USP: BICHUETTE, MARIA ELINA - IB
  • Unidade: IB
  • Sigla do Departamento: BIZ
  • Assunto: ZOOLOGIA
  • Language: Português
  • Abstract: Com o objetivo de determinar a riqueza e a distribuição das espécies de Potamolithus, gastrópodes de água doce comuns no Vale do Alto do Ribeira, sudeste do Brasil, foram realizadas cinco excursões mensais a campo entre março e setembro de 1996 (estação não-chuvosa). Nestas excursões, foram visitados diversos rios epígeos e hipógeos, onde foram coletados exemplares para análise, em laboratório, de caracteres que permitissem distingüir as diferentes espécies. O gênero Potamolithus distribui-se amplamente no Vale do Ribeira, onde foram encontradas 14 espécies, sendo três já descritas e 11 provavelmente novas, das quais uma é epígea, seis são troglófilas e quatro são troglóbias. A distribuição das espécies é restrita à microbacias ou cavernas, observando-se um alto grau de endemismo, o que pode ser explicado pela geomorfologia da região, com um relevo acidentado e lentes calcárias intercaladas por rochas não-solúveis agindo como barreiras geográficas aos cavernícolas, associado ao baixo grau de mobilidade devido ao pequeno tamanho e tendência ao sedentarismo nos animais. Foram observados troglomorfismo nas espécies cavernícolas, incluindo regressão dos olhos, ausência de pigmentação no corpo e espiralização do intestino. Ao contrário do encontrado para outras espécies de hidrobiídeos cavernícolas do mundo, não foi observada uma miniaturização comparando-se espécies hipógeas e epígeas de Potamolithus. Foram estudados alguns aspectos dabiologia populacional e reprodutiva de quatro espécies de Potamolithus, do Alto Ribeira, sudeste do Brasil, sendo duas exclusivamente epígeas e duas exclusivamente subterrâneas (Troglóbias). Entre junho de 1996 e junho de 1997, foram realizadas viagens mensais a campo, quando foram amostrados trechos de rios epígeos e hipógeos. Em cada um destes rios, foram delimitados quadrados (1 'm POT.2'), onde todos os indivíduos eram contados. Amostras coletadas fora dos quadrados ) foram examinadas em laboratório para determinação do sexo e estágio de maturação. P.ribeirensis apresentou as maiores densidades populacionais, em torno de 100 indivíduos/'m POT.2'. No entanto, as densidades das duas espécies troglóbias (até 60 indivíduos/'m POT.2') podem ser consideradas elevadas para organismos cavernícolas, além de serem superiores às observadas para outra espécie epígea. Tanto P.ribeirensis quanto as duas espécies troglóbias apresentaram densidades populacionais superiores nos meses mais quentes e chuvosos, enquanto Potamolithus sp.1 apresentou maiores densidades nos meses frios e secos. Aparentemente, as espécies troglóbias não apresentaram uma estação reprodutiva característica, já que altas porcentagens de fêmeas maduras foram observadas tanto nos meses frios e secos quanto nos meses correspondentes ao final da estação quente e chuvosa. Para as duas espécies epígeas, foram obtidos resultados contrastantes quanto aos períodos reprodutivos:P.ribeirensis, na primavera-verão e Potamolithus sp.1, no outono-inverno. Alguns aspectos do comportamento de quatro espécies de Potamolithus, duas epígeas e duas troglóbias (exclusivamente subterrâneas) foram estudadas com a finalidade de se verificar se ocorrem modificações relacionadas com a ocupação do ambiente subterrâneo. Para tal, observou-se, através do método de animal-focal, o comportamento espontâneo e alimentar. Os animais troglóbios deslocam-se em movimento aparentemente exploratório, girando os tentáculos perpendicularmente ao corpo. Ao contrário dos hidrobiídeos epígeos, os cavernícolas não retraem imediatamente os tentáculos quando em contato com partículas estranhas. O tempo médio de procura do alimento nas espécies troglóbias foi menor que o das epígeas, sugerindo uma maior eficiência na localização do alimento como adaptação a um ambiente pobre em nutrientes. A reação à luz foi testada pelo método de câmaras de ) escolha. Sob intensidade luminosa de 500 lux, as duas espécies epígeas e uma das troglóbias apresentaram tendência à fotofobia. Já a outra espécie troglóbia mostrou-se indiferente sob essa intensidade luminosa. Sob intensidade menores (15 lux, crepúsculo), tanto as espécies epígeas quanto as hipógeas mostraram-se indiferentes. As reações negativas à luz das espécies epígeas de Potamolithus podem constituir um caráter pré-adaptativo para a colonização do ambiente subterrâneo. A ritmicidade locomotora de duas espécies degastrópodes de água doce, gênero Potamolithus, sendo uma epígea e outr troglóbia (restrita ao ambiente subterrâneo), foi comparada com o objetivo de se verificar se existem diferenças associadas à colonização do ambiente cavernícola. Indivíduos foram coletados no Vale do Alto Ribeira, sudeste de São Paulo, e mantidos coletivamente em laboratório. A atividade locomotora em condições de livre-curso (CC, luminosidade entre 21 e 28 lux) foi acompanhada por 48 h consectuvas, quando 10 indivíduos de cada espécies tiveram suas posições no aquário anotadas a cada 20 minutos. As duas espécies apresentaram componentes ultradianos de atividade, sendo que a espécie hipógea mostrou variações maiores nestes componentes além de componentes circadianos de atividade em dois indivíduos
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 14.09.1998

  • How to cite
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    • ABNT

      BICHUETTE, Maria Elina. Distribuição e biologia de gastrópodes de água doce, gênero Potamolithus, no Vale do Alto Ribeira, São Paulo (Mollusca: Gastropoda. 1998. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998. . Acesso em: 27 dez. 2025.
    • APA

      Bichuette, M. E. (1998). Distribuição e biologia de gastrópodes de água doce, gênero Potamolithus, no Vale do Alto Ribeira, São Paulo (Mollusca: Gastropoda: Hydrobiidae) (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Bichuette ME. Distribuição e biologia de gastrópodes de água doce, gênero Potamolithus, no Vale do Alto Ribeira, São Paulo (Mollusca: Gastropoda: Hydrobiidae). 1998 ;[citado 2025 dez. 27 ]
    • Vancouver

      Bichuette ME. Distribuição e biologia de gastrópodes de água doce, gênero Potamolithus, no Vale do Alto Ribeira, São Paulo (Mollusca: Gastropoda: Hydrobiidae). 1998 ;[citado 2025 dez. 27 ]


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