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A proteína principal da superfície de merozoítos (MSP-1) de Plasmodium falciparum: diversidade alélica e reconhecimento imune (1997)

  • Authors:
  • Autor USP: FERREIRA, MARCELO URBANO - ICB
  • Unidade: ICB
  • Sigla do Departamento: BMP
  • Assunto: PARASITOLOGIA
  • Language: Português
  • Abstract: Considera-se atualmente a proteína principal de merozoitos (merozoite surface protein-1 ou MSP-1) de Plasmodium falciparum um dos principais antígenos de fase assexuada sangüínea, mas seu extenso polimorfismo pode comprometer seu uso em vacinasantimaláricas. Este trabalho examina os padrões de diversidade alélica do gene que codifica a MSP-1 em isolados de pacientes sintomáticos provenientes de três regiões malarígenas: uma área hipoendêmica no sudoeste da Amazônia brasileira (n=54),uma área mesoendêmica no sul do Vietnam (n=238) e uma área holoendêmica no norte da Tanzânia (n=79). Amplificaram-se fragmentos dos blocos variáveis 2, 4a, 4b e 6 ou 10 desse gene de cópia única através de reação de polimerase em cadeia (PCR).Vinte e quatro tipos principais de MSP-1 foram definidos como combinações únicas de formas alélicas em cada bloco variável. Desses, 10 diferentes tipos de MSP-1 foram identificados no Brasil, 23 no Vietnam e 13 na Tanzânia. A proporção de infecções geneticamente mistas (ou seja; pacientes infectados com populações de parasitas que expressam mais de um tipo de MSP-1) variou de 39% no Brasil, 44% no Vietnam a 60% na Tanzânia. A vasta maioria (90%) dos parasitas do Brasil e da Tanzânia pertenciam a um dos sete tipos de MSP-1 mais comuns. Em contraste, esses mesmos tipos de MSP-1 foram encontrados em apenas 61% dos isolados do Vietnam. A recombinação intragênica entre os blocos 4a e 6 em isolados do Vietnam, mas não entre osisolados do Brasil e da Tanzânia, foi significativamente menos freqüente que esperado de associação aleatória entre as formas alélicas nesses blocos variáveis. Observou-se o mesmo padrão em dois estudos independentes em 1994 e 1996. Esses dados, em conjunto com outros relatos prévios, sugerem que alguns tipos de MSP-1 possam estar sob pressão seletiva em populações naturais de parasitas. A freqúência dos tipos de MSP-1, todavia, foi semelhante em isolados colhidos ) no Vietnam entre os anos de 1994 e 1996. Além disso, a prevalência dos tipos mais comuns e o número médio de tipos de MSP-1, por paciente não diminuiu com a idade nessa região. Tomados em conjunto, esses dados sugerem que a seleçãodependente de freqüência não é o mecanismo seletivo predominante e indicam a presença de mecanismos seletivos alternativos nessa população do Vietnam - por exemplo: seleção dependente de melhor adaptação funcional dos parasitas às hemácias doshospedeiros.A distribuiçào de tipos de MSP-1 por hospedeiro na Tanzânia, mas não no Brasil e no Vietnam, desvia-se de modo significante da esperada segundo a hipótese de transmissão independente de cada tipo. Esses achados sugerem que pelo menosalgumas das infecções geneticamente mistas na Tanzânia possam ter originado de inoculações únicas de mosquitos que albergavam parasitas geneticamente heterogêneos, em vez de duas ou mais inoculações independentes de populações geneticamentehomogêneas de P. falciparum. Propõe-se recentemente que osanticorpos citofílicos de subclasses 'IgG IND.1'e 'IgG IND.3' de alta avidez sejam essenciais em mecanismo de proteção naturalmente adquirida contra estágios assexuados sangüíneos de P.falciparum dependentes de monócitos e macrófagos. Comparam-se neste estudo perfis de subclasses de IgG em anticorpos naturalmente adquiridos contra domínios amino-terminais conservados (M3) e variáveis (M6 e F4) da MSP-1 em adultos senegalesesassintomáticos clinicamente imunes e em pacientes amazônicos semi-imunes. Os pacientes amazônicos foram estudados durante um episódio malárico agudo e sintomático por P. falciparum, e alguns deles forneceram uma segunda amostra sérica dois mesesdepois de receberem tratamento eficaz, na ausência de recrudescência ou reinfecção. Os resultados resumem-se do seguinte modo: (a) as subclasses citofílicas predominam na maior parte dos indivíduos, mas a magnitude de respostas 'IgG IND.3' é maior entre os africanos e, entre os pacientes amazônicos, associa-se com os níveis prévios de exposição à malária; (b) as respostas de anticorpos citofílicos, e especialmente de 'IgG IND.3', têm curta duração entre ospacientes amazônicos na ausência de re-exposição ao parasita, e (c) as respostas de anticorpos predominam contra regiões variáveis e são específicas para cada forma alélica. Discutem-se esses resultados em relação ao possível uso de peptídiosderivados da MSP-1 em vacinas antimaláricas
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 12.12.1997

  • How to cite
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    • ABNT

      FERREIRA, Marcelo Urbano. A proteína principal da superfície de merozoítos (MSP-1) de Plasmodium falciparum: diversidade alélica e reconhecimento imune. 1997. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1997. . Acesso em: 13 set. 2024.
    • APA

      Ferreira, M. U. (1997). A proteína principal da superfície de merozoítos (MSP-1) de Plasmodium falciparum: diversidade alélica e reconhecimento imune (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Ferreira MU. A proteína principal da superfície de merozoítos (MSP-1) de Plasmodium falciparum: diversidade alélica e reconhecimento imune. 1997 ;[citado 2024 set. 13 ]
    • Vancouver

      Ferreira MU. A proteína principal da superfície de merozoítos (MSP-1) de Plasmodium falciparum: diversidade alélica e reconhecimento imune. 1997 ;[citado 2024 set. 13 ]


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