Marias, Franciscas e Raimundas: uma história das mulheres da floresta Alto Juruá, Acre 1870-1945 (1998)
- Authors:
- Autor USP: WOLFF, CRISTINA SCHEIBE - FFLCH
- Unidade: FFLCH
- Sigla do Departamento: FLH
- Subjects: HISTÓRIA DO BRASIL; SOCIOLOGIA; MULHERES (HISTÓRIA); ÍNDIOS
- Language: Português
- Abstract: A presente tese procura contar a história do Alto Juruá, Acre, entre 1870 e 1945, através da interpretação de documentos judiciais, de entrevistas de história oral e da bibliografia. A região do Alto Juruá foi ocupada a partir da década de 1870 por seringueiros nordestinos, trazidos por firmas comerciais e por particulares que se apropriavam dos seringais nativos. Durante o período de apogeu do preço da borracha no mercado internacional, configurou-se na região em que as mulheres não tinham nenhum papel produtivo reconhecido, já que a extração da borracha era considerada um trabalho essencialmente masculino, e não havia lugar para outras atividades nos seringais. No primeiro capítulo da tese, procuro mostrar a constituição desta sociedade dos seringais e dar visibilidade para as mulheres neste processo, pois, embora fossem em menor número que os homens (em torno de 25% da população), elas desempenharam atividades variadas, apesar de não reconhecidas, inclusive o corte da seringa. A partir de 1912, porém, o preço da borracha no mercado internacional entrou em decadência, o que trouxe significativas transformações. No segundo capítulo, mostro como as mudanças nas relações de gênero, ocorridas com a crise, tornaram possível a sobrevivência e deram condições para o desenvolvimento de um modo de vida mais autônomo e "sustentável". O terceiro capítulo trata da relação entre índias e seringueiros. O embate entre índios e brancos pela ocupação da região do AltoJuruá envolveu o massacre e aprisionamento de índios e índias, através das "correrias", bem como, em algumas casos, a incorporaçào de tribos inteiras como trabalhadores pelos seus próprios captores, após um período de "amansamento". Busco, entretanto, mostrar como as mulheres índias, em meio a esta situação de franca opressão, foram personagens ativas na criação do modo de vida dos seringais, que, através delas, incorporou muito da cultura indígena. A violência atravessava a sociedade dos seringais como uma linguagem, por todos usada, e marcava as relações entre patrões e seringueiros, homens e mulheres, pais e filhos. É sobre esta linguagem da violência e, principalmente, sobre como as mulheres lidavem com ela, em seu cotidiano, que trata o quarto capítulo. No epílogo, convido o leitor a uma viagem no espaço e no tempo através de fotografias da região do Alto Juruá tiradas em 1995, durante o trabalho de campo
- Imprenta:
- Data da defesa: 13.04.1998
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ABNT
WOLFF, Cristina Scheibe. Marias, Franciscas e Raimundas: uma história das mulheres da floresta Alto Juruá, Acre 1870-1945. 1998. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998. . Acesso em: 12 out. 2024. -
APA
Wolff, C. S. (1998). Marias, Franciscas e Raimundas: uma história das mulheres da floresta Alto Juruá, Acre 1870-1945 (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. -
NLM
Wolff CS. Marias, Franciscas e Raimundas: uma história das mulheres da floresta Alto Juruá, Acre 1870-1945. 1998 ;[citado 2024 out. 12 ] -
Vancouver
Wolff CS. Marias, Franciscas e Raimundas: uma história das mulheres da floresta Alto Juruá, Acre 1870-1945. 1998 ;[citado 2024 out. 12 ]
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