Sertão em crepúsculo: Erico Curado e o simbolismo em Goiás (1997)
- Authors:
- Autor USP: SOUZA, ENIVALDA NUNES FREITAS E - FFLCH
- Unidade: FFLCH
- Sigla do Departamento: FLC
- Subjects: LITERATURA BRASILEIRA (HISTÓRIA E CRÍTICA); PARNASIANISMO; MODERNISMO (LITERATURA); SIMBOLISMO; IMPRESSIONISMO; LITERATURA
- Language: Português
- Abstract: O poeta goiano Erico Curado (1880-1961) enfeixou em livros apenas duas obras, Iluminuras, de 1913, e Poesia, de 1956. O autor deixou uma considerável publicação em jornais, em prosa e verso, e alguns manuscritos inéditos. Sua obra pode ser agrupada em lírica e satírica, além de artigos versando sobre variados assuntos. O autor passa pelas estéticas parnasiana, simbolista e modernista, sendo o responsável pela introdução do Simbolismo em Goiás. Este estudo tem com objetivo resgatar a produção desse autor e inseri-lo na história da Literatura Brasileira. Tendo em vista a proposta de resgate, o trabalho procedeu a uma classificação didática, obedecendo à ordem de publicação dos livros e separando um capítulo para suas manifestações modernistas, independente do ano de publicação. O procedimento de se optar por separações não impediu que se fizesse, concomitantemente, uma crítica diacrônica e sincrônica. Dessa forma, mostramos que, se Iluminuras introduz o Simbolismo em Goiás, por outro lado, ainda é um livro sincrético, com predominância do Romantismo tardio e do Parnasianismo sobre o Simbolismo, cuja referência significativa na obra é o soneto de abertura. Ao longo de sua vida, dividindo-se entre sátiras e artigos para jornais, Erico Curado insiste no Simbolismo, alcançando-o a contento em seu último livro, Poesia, de 1956. Esta obra representa a consagração de temas universais do Simbolismo e evidencia uma técnica mais apurada, em linguagem sugestiva e maisimprecisa, consolidando, de certa forma, o empreendimento em que se envolveu o poeta desde suas primeiras manifestações literárias. Impulsionado pelo projeto ideológico modernista de revisitar o Brasil, a partir da década de 20 o autor goiano incursiona pela realidade do sertão, produzindo artigos em que mostra o sertanejo como analfabeto (aí residiria a origem de seus males), trabalhador e espoliado pelo Governo e pelos grandes proprietários de terras. ) Nesses artigos, acusa a Monteiro Lobato de não conhecer o homem do sertão e recrimina os literatos do litoral que estudam o sertanejo pelos livros europeus e pelas vitrinas do Rio de Janeiro. Suas poesias satíricas são uma continuação desse espírito inquiridor, agora voltado aos políticos de sua terra, aos homens públicos da Nação, intelectuais, profissionais, e costumes e vícios de toda ordem a que a sociedade está submetida. Um trabalho de resgate está condicionado a uma primeira leitura, abrangente e ao mesmo tempo limitada, prestando-se a pontuar caminhos que podem ser averiguados com mais exclusividade em um momento posterior à pesquisa. Acreditamos que a obra de Erico Curado, por seu caráter multifacetado, oferece um considerável material, permitindo ao crítico um número razoável de proposta de trabalho. O tempo e o leitor podem decidir sobre isto
- Imprenta:
- Data da defesa: 06.10.1997
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ABNT
SOUZA, Enivalda Nunes Freitas e. Sertão em crepúsculo: Erico Curado e o simbolismo em Goiás. 1997. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1997. . Acesso em: 04 ago. 2025. -
APA
Souza, E. N. F. e. (1997). Sertão em crepúsculo: Erico Curado e o simbolismo em Goiás (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. -
NLM
Souza ENF e. Sertão em crepúsculo: Erico Curado e o simbolismo em Goiás. 1997 ;[citado 2025 ago. 04 ] -
Vancouver
Souza ENF e. Sertão em crepúsculo: Erico Curado e o simbolismo em Goiás. 1997 ;[citado 2025 ago. 04 ]
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