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Os efeitos de três hospedeiros na morfologia, biologia e fenologia de Protopulvinaria pyriformis (Cockerell, 1894) (Coccoidea: Hemiptera) (1993)

  • Authors:
  • Autor USP: OLIVEIRA, MARCELO GUENA DE - IB
  • Unidade: IB
  • Sigla do Departamento: BIZ
  • Assunto: ZOOLOGIA
  • Language: Português
  • Abstract: Muitas espécies de cochonilhas apresentam comportamento séssil após certa fase do desenvolvimento e em alguns casos, local de reprodução vinculado a planta hospedeira. Também tem-se demonstrado que várias espécies assumem características como forma e cor de acordo com a espécie de planta hospedeira. Certas cochonilhas, por apresentarem estas características, podem servir para elaboração e teste de modelos de especiação simpátrica. Este modelos, muito controvertidos, estão apoiados principalmente em estudos de insetos herbívoros, cujos comportamentos como dispersão e local de reprodução vinculado à plantya hospedeira, teoricamente, facilitariam a subdivisão de uma população original, em várias, cada qual relacionada ao seu hospedeiro. O objetivo deste estudo foi verificar se há diferenças entre as populações de uma cochonilha em diferentes hospedeiros e se estas populações estariam apresentando algum grau de isolamento. Para tal escolheu-se Protopulvinaria pyriformis (Cockerell, 1894), uma espécie abundante - praga em algumas culturas - polifaga e com indícios de variações entre populações de diferntes plantas hospedeiras. Estudou-se a distribuição das espécies do gênero Protopulvinaria; alguns aspectos da biologia de P. pyriformis em campo (em vários hospedeiros e locais) e em condições controladas (em H. helix) e comparou-se alguns parâmentos populacionais da cochonilha em diferentes hospedeiros no campus da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP,Brasil) ao longo de um ano. Também elaborou-se um experimento de transferência de individuos entre hospedeiros e outro sobre a preferência de certas subpopulações por determinados hospedeiros. As espécies de plantas hospedeiras usadas nesta pesquisa foram Bauhinia variegata (pata-de-vaca) (Leguminosae), Hedera helix (hera) (Araliaceae) e Psidium guajava (goiabeira) (Myrtaceae); estudou-se a variação de características como número, área e estado das folhas ) (jovem, madura ou velha) destes hospedeiros em 4 épocas do ano. No Brasil encontra-se 3 espécies do gênero Protopulvinaria: P. pyriformis (Cockerell, 1894), P. longivalvata Green, 1909 e P. mangiferae (Green, 1889); as duas primeiras são muito semelhantes e foram confundidas por vários pesquisadores brasileiros; P. pyriformis é a espécie mais comum, pelo menos em São Paulo. As espécies de Protopulvinaria provavelmente originaram-se na Ásia tendo sido introduzidas pela atividade humana em várias regiões tropicais e subtropicais, portanto o padrão atual de distribuição geográfico das espécies não permite reconstituir o histórico de evolução das espécies. P. pyriformis é ovípara, partenogenética (no Brasil), não encontrou-se macho em labotório ou campo, e se alimenta da seiva de várias espécies de Angiospermas. O indivíduo passa por 4 estadios até atingir a maturidade, o ciclo completo é em média, de 155 dias, mas muito variável, o que permite a partir de uma única fêmea obter uma população comindivíduos de ciclo de vida não sincrônicos. Após a oviposição o indivíduo morre. A fecundidade média observada em laboratório e em campo em H. helix esta em torno de 110 ovos/ind. Após sair do ovo as ninfas se fixam preferencialmente no limbo da folha voltado para o chão; morre entre 1 a 6 dias se não encontrar local de fixação. A espécie é sedentária após a fixação da ninfa de 1º estádio: em laboratório, cerca de 50% dos espécimes deslocaram-se menos que 2 vezes ao longo de suas vidas. A taxa de mortalidade foi de 40%. Algumas características como padrão de pigmentação e cmprimento variam significativamente entre indivíduos, estádios e dentro do próprio estádio. Ao longo do desenvolvimento a cochonilha, como muitos homoptera, elimina fezes líquidas açucaradas ou honey-dew. Estas fezes são consumidas principalmente por algumas espécies de formigas, Formicidae (Hymenoptera) ou fungos que por sua vez são ) alimento de alguns Psocoptera. A cochonilha é predada por espécies de Cecidomyiidae, Syrphidae (Diptera), Crysopidae (Neuroptera), Thysanoptera, Coccinelidae (Coleoptera) e parasitada por vários micro-hymenópteros como os Aphelinidae e Encyrtidae (Hymenoptera). Os parasitóides são fatais quando emergem em estádios imaturos da cochonilha, já no adulto, em alguns casos, permitem o indivíduo completar seu ciclo de vida. Eventualmente as fezes açucaradas ficam grudadas a placa anal do indivíduo, podendo levar ao crescimento de fungos que obstruem a saida das fezescom a conseqüente morte da cochonilha. Aparentemente as teias dos Psocopteras poderiam favorecer este acontecimento. Os estudos de campo mostraram que as populações encontradas em cada hospedeiro diferem em 1) padrão de pigmentação (em ordem crescente de pigmentação: H. helix, B. variegata e P. guajava), 2) comprimento (2,15, 2,18, 2,47mm em H. helix, P. guajava e B. variegata respectivamente), 3) largura do corpo, 4) comprimento da fenda anal, 5) número de setas interestigmáticas, 6) fecundidade (107,63, 188, 28 e 212,83 em H. helix, P. guajava e B. variegata respectivamente), 7) comprimento da tíbia posterior e em vários parâmetros populacionais como densidade e freqüência dos estádios. Não foi detectada diferença significativa nos caracteres número de tubérculos submarginais e comprimento da placa anal. As direfenças encontradas entre as taxas de parasitas e seus tipos (microhimenópteras) entre as pop. de diferentes plantas hospedeiras podem ser explicadas po diferenças micro-climáticas. Os resultados de transferência corroboram a hipótese de que a planta hospedeira induz as diferenças encontradas entre as populações da cochonilha mas não detectaram preferências por determinado hospedeiro por parte das ninfas. As populações da cochonilha de H. helix e P. guajava podem misturar-se pois a frequência dos indivíduos sobreviventes na ) transferência ente estes hospedeiros foi alta e não diferem significativamente. Portanto as variações na forma e parâmetrospopulacionais da cochonilha entre as plantas hospedeiras devem-se, provavelmente, à expressão de fenótipos resultantes de desenvolvimento em ambientes diferentes e não a diferenças genéticas. Assim as diferenças encontradas entre as populações da cochonilha podem ser classificadas como ecofenótipos. Este estudo não encontrou evidências de que esteja, no momento, ocorrendo especiação simpática dentro da população estudada, devido ao efeito do hospedeiro
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 24.08.1993

  • How to cite
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    • ABNT

      OLIVEIRA, Marcelo Guena de. Os efeitos de três hospedeiros na morfologia, biologia e fenologia de Protopulvinaria pyriformis (Cockerell, 1894) (Coccoidea: Hemiptera). 1993. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993. . Acesso em: 20 set. 2024.
    • APA

      Oliveira, M. G. de. (1993). Os efeitos de três hospedeiros na morfologia, biologia e fenologia de Protopulvinaria pyriformis (Cockerell, 1894) (Coccoidea: Hemiptera) (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Oliveira MG de. Os efeitos de três hospedeiros na morfologia, biologia e fenologia de Protopulvinaria pyriformis (Cockerell, 1894) (Coccoidea: Hemiptera). 1993 ;[citado 2024 set. 20 ]
    • Vancouver

      Oliveira MG de. Os efeitos de três hospedeiros na morfologia, biologia e fenologia de Protopulvinaria pyriformis (Cockerell, 1894) (Coccoidea: Hemiptera). 1993 ;[citado 2024 set. 20 ]

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