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Ritmos oceânicos do consciente: memória, arte e metaficção em O mar, de John Banville (2015)

  • Autores:
  • Autor USP: LUSTOZA, BRUNO OCHMAN - FFLCH
  • Unidade: FFLCH
  • Sigla do Departamento: FLM
  • Assuntos: LITERATURA IRLANDESA; LITERATURA DE EXPRESSÃO INGLESA
  • Idioma: Português
  • Resumo: Em uma entrevista feita por Travis Elborough para uma edição especial de quarenta anos da editora Picador, exatamente no ano em que o romance The Sea (2005), de John Banville, recebe o Booker Prize, o escritor irlandês responde da seguinte maneira a uma indagação sobre o título da obra: Acho que eu tinha o título antes de qualquer coisa, e gosto de pensar num ritmo oceânico através de cada página (p.2, tradução nossa). Realmente Banville consegue produzir o deslumbrante efeito de um movimento marítimo que percorre ciclicamente os três eixos espaço-temporais e narratológicos do romance. Entretanto, não há linearidade cronológica na orquestração desses momentos. Apresentam-se na realidade os percursos criativos de uma mente irrequieta, revelando assim os diferentes estados de consciência de Max Morden, o narrador e estudioso dos quadros de Pierre Bonnard. Nota-se, sobretudo, que essa passagem fluida de informações mnemônicas e cognitivas dentro do universo subjetivo do herói é mediada pela presença de outras artes essencialmente as visuais, tais como a pintura e a fotografia , resultando não apenas numa prosa poética que é a marca registrada de Banville, mas igualmente numa rica linguagem interartística, as quais tornar-se-ão o instrumento essencial para a construção metaficcional da narrativa do romance. Não menos relevante é o centro catalisador dessas memórias, ou seja, o recorrente e doloroso sentimento de perda de pessoas queridas, o qual impulsiona Morden na escrita deseu diário. Portanto, buscaremos investigar as características, propósitos e desdobramentos dessa estética multiforme na obra Banvilliana, considerando, mediante noções teóricas sobre ekphrasis, como a interface entre uma linguagem incrivelmente embuizada de poeticidade e o recurso de representações visuais contribuem para uma nova síntese narratológica diante de um mundo mnemônico que tende a se esfacelar, e como a metaficção de The Sea reconstitui, reproduz e, em última instância, celebra os processos intrigantes das memórias de um ser humano.
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 23.09.2015
  • Acesso à fonte
    Como citar
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    • ABNT

      LUSTOZA, Bruno Ochman. Ritmos oceânicos do consciente: memória, arte e metaficção em O mar, de John Banville. 2015. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-22122015-120933/. Acesso em: 24 abr. 2024.
    • APA

      Lustoza, B. O. (2015). Ritmos oceânicos do consciente: memória, arte e metaficção em O mar, de John Banville (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-22122015-120933/
    • NLM

      Lustoza BO. Ritmos oceânicos do consciente: memória, arte e metaficção em O mar, de John Banville [Internet]. 2015 ;[citado 2024 abr. 24 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-22122015-120933/
    • Vancouver

      Lustoza BO. Ritmos oceânicos do consciente: memória, arte e metaficção em O mar, de John Banville [Internet]. 2015 ;[citado 2024 abr. 24 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-22122015-120933/

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