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Caracterização dos efeitos da interação entre modelos farmacológicos de doença de Alzheimer e Psicose: efeitos do tratamento crônico com ketamina em modelo de doença de Alzheimer por injeção de estreptozotocina (2014)

  • Autores:
  • Autor USP: PAULI, PATRÍCIA - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RNP
  • Assuntos: DOENÇA DE ALZHEIMER; MEMÓRIA; TRANSTORNOS PSICÓTICOS
  • Idioma: Português
  • Resumo: Introdução: A Doença de Alzheimer (DA) é a maior causa de demência e a doença neurodegenerativa mais prevalente na população idosa acometendo aproximadamente 40 milhões de pessoas no mundo. Comprometimento da memória de trabalho, desorientação geográfico, deterioração da linguagem e diminuição na velocidade de percepção são sintomas presentes no quadro clínico desta doença. Dentre os sujeitos afetados com DA, cerca de 41% desenvolvem psicose. Além de agressividade e agitação acentuadas, a correlação clínica mais consistente em caso de psicose é um declínio cognitivo mais proeminente e abrupto. A utilização de antipsicóticos, nesses casos, ameniza alguns dos sintomas positivos da psicose. Entretanto, a terapia antipsicótica aumenta o risco de doenças cerebrovasculares, acentua ainda mais os prejuízos cognitivos e está associada à maior taxa de mortalidade. Apesar da importância clínica, são escassos os estudos experimentais com propósito de elucidar os possíveis mecanismos das interações entre psicose e DA. Modelos animais de DA com camundongos transgênicos ou por injeção intracerebroventricular de estreptozotocina (STZ) têm sido utilizados com frequência para compreensão da fisiopatologia da DA. Por outro lado, os mecanismos da esquizofrenia têm sido extensamente investigados por meio de modelos animais submetidos a tratamento com antagonistas não-competitivos de receptores de L-glutamato do tipo NMDA, como por exemplo: o cloridrato de cetamina (KET). Objetivo: (A) Caracterizar as alterações comportamentais e histológicas geradas pelo modelo de DA induzido por STZ. (B) Testar a hipótese de que o tratamento crônico com KET seria capaz de acentuar os prejuízos cognitivos induzidos por STZ. Metodologia: Ratos Wistar adultos foram submetidos a (1) modelo de DA por injeção i.c.v. de estreptozotocina, (2) modelo de psicose por tratamento crónico com KET ou (3)Combinação de STZ seguido de tratamento crônico com KET. Foram avaliados os desempenhos dos animais em tarefas de memória espacial de trabalho e de reconhecimento de objetos. Adicionalmente, testamos o filtro sensório motor, locomoção e densidade neuronal em circuitos relevantes para o processamento de memória. Resultados: Nossos achados indicam que a STZ é capaz de comprometer a memória espacial de trabalho, medida no labirinto octogonal aproximadamente 20 dias após a sua aplicação. O grupo veículo obteve uma média de erros igual a 14,94 ± 0,66 e o grupo STZ 18,94 ± 1,08 (n Vei=18 e n STZ=16). A memória de reconhecimento de objeto também foi prejudicada após 27 dias da infusão, demonstrada através da taxa de exploração do objeto novo em relação ao familiar. Enquanto que o grupo veículo alcançou uma taxa de 67,73 ± 4,83 o grupo STZ totalizou 53,78 ± 4,10 (nVei=7 e nSTZ=11). Adicionalmente, a STZ diminuiu em 12% a densidade neuronal no córtex entorrinal (veículo: 162,07 ± 7,13 neurônio/mm3 e STZ: 143,59 ± 3,42 neurônio/mm3; nVei=7 e nSTZ=8). Em contrapartida, o tratamento com STZ não afetou o filtro sensório motor e nem a atividade locomotora dos animais. A KET não influenciou nenhum teste quando aplicada isolada, tampouco associada ao tratamento com STZ. Conclusão: De acordo com os resultados observados podemos sugerir que a injeção i.c.v. de STZ em ratos é um modelo de DA plausível, uma vez que reproduz características cognitivas e histológicas vistas em pacientes com esta doença. Em contrapartida, a utilização de tratamento crônico com KET não foi capaz de acentuar os efeitos comportamentais produzidos por STZ. Portanto, novos estudos são necessários para o desenvolvimento de modelos animais que sejam úteis para testar hipóteses sobre os mecanismos responsáveis pela manifestação de psicose na DA.
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 20.10.2014

  • Como citar
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    • ABNT

      PAULI, Patrícia. Caracterização dos efeitos da interação entre modelos farmacológicos de doença de Alzheimer e Psicose: efeitos do tratamento crônico com ketamina em modelo de doença de Alzheimer por injeção de estreptozotocina. 2014. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2014. . Acesso em: 24 abr. 2024.
    • APA

      Pauli, P. (2014). Caracterização dos efeitos da interação entre modelos farmacológicos de doença de Alzheimer e Psicose: efeitos do tratamento crônico com ketamina em modelo de doença de Alzheimer por injeção de estreptozotocina (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Pauli P. Caracterização dos efeitos da interação entre modelos farmacológicos de doença de Alzheimer e Psicose: efeitos do tratamento crônico com ketamina em modelo de doença de Alzheimer por injeção de estreptozotocina. 2014 ;[citado 2024 abr. 24 ]
    • Vancouver

      Pauli P. Caracterização dos efeitos da interação entre modelos farmacológicos de doença de Alzheimer e Psicose: efeitos do tratamento crônico com ketamina em modelo de doença de Alzheimer por injeção de estreptozotocina. 2014 ;[citado 2024 abr. 24 ]

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