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Associação entre ansiedade e hipermobilidade articular: estudos com diferentes amostras (2014)

  • Autores:
  • Autor USP: SANCHES, SIMONE HURTADO BIANCHI - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RNP
  • Assuntos: ANSIEDADE; INSTABILIDADE ARTICULAR; DOR
  • Idioma: Português
  • Resumo: Introdução: A ansiedade pode se manifestar por meio de sintomas físicos e autonómicos. Os transtornos de ansiedade são geralmente descritas por uma interação de sintomas somáticos e sinais subjetivos, o que aumenta a importância de um conhecimento mais amplo sobre como esses fatores estão relacionados e ocorrem em conjunto com distúrbios psiquiátricos e não psiquiátricas. Assim, a ansiedade pode estar associada a diversas condições médicas, entre as quais a hipermobilidade articular. A hipermobilidade articular (JHM) é caracterizada pelo aumento da flexibilidade das articulações. E um sinal de maior elasticidade que pode até ser vantajoso para algumas pessoas em atividades específicas. Por outro lado, a síndrome da hipermobilidade articular (JHS) é mais ampla do que a JHM, sendo acompanhada de sintomas clínicos, especialmente de histórico de lesões, sinais da pele, instabilidade e dor. Objetivos: A associação entre ansiedade e hipermobilidade articular foi investigada em cinco estudos, desenvolvidos com três amostras diferentes e independentes, como descrito a seguir: um grupo de estudantes universitários, uma amostra de famílias com alta agregação genética de ansiedade e hipermobilidade e uma amostra composta por bailarinas. Método: O primeiro estudo foi desenvolvido por meio de uma revisão sistemática da literatura. Utilizando um protocolo, foi realizada uma pesquisa sistemática de artigos nas bases de dados eletrônicas PubMed, LILACS, PsycINFO e SciELO utilizando as palavras-chave 'anxiety', 'joint' e 'hipermobility' e operadores booleanos. O segundo estudo foi desenvolvido como uma avaliação epidemiológica, com 2.300 estudantes universitários de ambos os sexos, com idade entre 17-35 anos, de duas universidades brasileiras. Os participantes responderam a instrumentos de autorrelato de ansiedade (Inventário de Ansiedade de Beck - BAI), Ansiedade Social (Inventário de Fobia Social - SPIN)e um questionário de screening para JHM (questionário de cinco partes para a identificação da hipermobilidade). O terceiro estudo foi desenvolvido com uma amostra de conveniência, extraída deste estudo epidemiológico, formada por 87 estudantes universitários, divididos em dois grupos, de acordo com a presença ou ausência de Transtorno de Ansiedade Social (TAS). Eles responderam aos mesmos instrumentos de autorrelato e também passaram por uma avaliação clínica, em que responderam à entrevista clínica semiestruturada para o DSM-IV (SCID-IV) e foram avaliadas de acordo com o escore de Beighton para JHM. O estudo seguinte foi desenvolvido através de um desenho longitudinal, avaliando uma amostra de famílias espanholas com alta agregação genética de ansiedade e hipermobilidade. No início do estudo, a amostra foi formada por 156 participantes; em oito anos de seguimento, a amostra foi composta por 98 sujeitos. Os participantes preencheram instrumentos de autorrelato (Inventário de Medo [FSS] e Inventário de Ansiedade Estado-Traço [IDATE]), assim como responderam à SCID-IV e foram avaliados de acordo com o escore de Beighton para JHM e critérios de Brighton para a JHS. Por último, o quinto estudo foi realizado com 145 bailarinas, divididas em três grupos: alunas de balé (n=59), professoras de balé (n=37) e bailarinas profissionais (n=49). As participantes responderam a instrumentos de autorrelato para avaliação da JHM (questionário de screening), ansiedade (BAI), ansiedade social (SPIN), panico (Patient Health Questionnaire - Brief PHQ), sintomatologia depressiva (PHQ-9), abuso de álcool (FAST) e dor (Inventário breve de dor [BPI] e avaliação da incapacidade funcional por causa da dor [SEFIP]). As bailarinas também foram submetidas a uma avaliação clínica de acordo com o escore de Beighton e os critérios Brighton. Resultados: Dos 34 artigos inicialmente encontrados17 foram incluídos na revisão sistemática. Em geral, eles ratificaram a associação entre os sintomas de ansiedade (como medos e sintomas psicológicos) e JHM. No que se refere aos transtornos de ansiedade, os dados se mostraram mais heterogéneos, dependendo do tipo de transtorno, parecendo mais associados ao transtorno de Fanico. No segundo estudo, desenvolvido com 2.300 estudantes universitários, os resultados indicaram importantes diferenças de género. Mulheres hipermóveis (mas não os homens) apresentaram correlação entre a ansiedade e a JHM, com especial atenção para a sintomatologia autonómica e pânico. A terceira amostra (87 universitários brasileiros) não apresentou diferenças no que diz respeito à associação entre TAS e JHM. No quarto estudo, desenvolvido com famílias espanholas, a JHM mostrou-se associada ao transtorno de pânico, pânico e agorafobia na primeira avaliação. A JHS foi associada à ansiedade-traço. Na avaliação de seguimento (follow-up), os dados apresentados indicaram aumento do risco para a incidência de pânico e fobia simples entre os participantes com JHS. No estudo desenvolvido com bailarinas, as participantes com JHM apresentaram maior pontuação na subescala de sintomas neurofisiológicos da BAI, embora com pontuação mais baixa na sintomatologia de ansiedade social. A JHS mostrou correlação com as subescalas de sintomas subjetivos e de pânico da BAI e com a SPIN. Os participantes com JHS também apresentaram escores mais altos em itens específicos da BAI, como tremores, medo de perder o controle e dificuldade em respirar, assim como em itens específicos da SPIN, como rubor e maior esforço para evitar críticas. Entre as bailarinas, também foi possível discutir diferenças e características importantes da JHM, JHS e dor ao longo da carreira de balé. Conclusões: A integração de dados desses diversos estudos chama a atenção para a força decaracterísticas genéticas na associação entre ansiedade e a hipermobilidade. Ela também reforça a importância de identificar claramente a JHM e a JHS como duas condições clínicas diferentes. Em conjunto, os dados destes estudos sugerem que a JHS tem mais indicadores de associação com a ansiedade do que a hipermobilidade "isolada" (JHM). A correlação entre a ansiedade e a JHS é estatisticamente significativa, mas sua força foi moderada Parece que ansiedade claramente desempenha um papel nos sintomas extra-articulares da JHS, apesar de não ser o único fator relevante nesta condição clínica.
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 08.09.2014
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    • ABNT

      SANCHES, Simone H. Bianchi. Associação entre ansiedade e hipermobilidade articular: estudos com diferentes amostras. 2014. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2014. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-04112014-193538/. Acesso em: 23 abr. 2024.
    • APA

      Sanches, S. H. B. (2014). Associação entre ansiedade e hipermobilidade articular: estudos com diferentes amostras (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-04112014-193538/
    • NLM

      Sanches SHB. Associação entre ansiedade e hipermobilidade articular: estudos com diferentes amostras [Internet]. 2014 ;[citado 2024 abr. 23 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-04112014-193538/
    • Vancouver

      Sanches SHB. Associação entre ansiedade e hipermobilidade articular: estudos com diferentes amostras [Internet]. 2014 ;[citado 2024 abr. 23 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-04112014-193538/


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