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Estratigrafia e sedimentologia dos depósitos fluviais pré-vegetação da Formação Tombador (Mesoproterozoico) na Chapada Diamantina Oriental (BA) (2015)

  • Autores:
  • Autor USP: TURRA, BRUNO BOITO - IGC
  • Unidade: IGC
  • Sigla do Departamento: GSA
  • Assuntos: SEDIMENTOLOGIA; ESTRATIGRAFIA; MESOPROTEROZOICO; FORMAÇÕES GEOLÓGICAS
  • Palavras-chave do autor: Sistemas pré-vegetação
  • Idioma: Português
  • Resumo: A presente tese aborda uma revisão crítica acerca do Grupo Chapada Diamantina no contexto do Supergrupo Espinhaço assim como a discussão sobre as características da sedimentação fluvial no passado remoto, em tempos pré-vegetação, confrontada com o registro da Formação Tombador. A Formação Tombador, de idade mesoproterozoica, compreende uma espessa sucessão (de até 400 metros) de arenitos e conglomerados, e representa o preenchimento basal de uma bacia intracratônica aflorante por grande área no interior do Estado da Bahia, em especial na Chapada Diamantina. Levantamentos de campo foram realizados no Parque Nacional da Chapada Diamantina e adjacências com o intuito de identificar a variabilidade arquitetural dos depósitos fluviais da Formação Tombador bem como seu posicionamento estratigráfico e evolução paleogeográfica. Os resultados obtidos podem então ser relacionados a dois conjuntos de dados: um referente a sucessão superior da unidade estudada no flanco leste da Serra do Sincorá entre as cidades de Andaraí e Lençóis; e outro referente a exemplos de arquitetura deposicional fluvial obtido tanto da sucessão inferior da unidade nas adjacências do Morro do Pai Inácio, quanto da sucessão superior estudada na região de Mucugê. Na região entre as cidades de Andaraí e Lençóis foram levantadas sete seções colunares, representando espessuras de 130 a 340 m da porção intermediária e superior da unidade, com o objetivo de estabelecer sua evolução paleogeográficalocal com base em análise estratigráfica e sedimentológica. Análise de fácies e arquitetura deposicional levaram à interpretação de três sistemas deposicionais: sistema fluvial dominado por carga de fundo, sistema de campo de dunas eólicas com depósitos fluviais subordinados, e sistema costeiro dominado por ondas. Correlações entre as seções permitiram o reconhecimento de quatro intervalos estratigráficos principais, de espessuras decamétricas: um intervalo dominado por depósitos eólicos, uma sucessão dominada por depósitos fluviais (sistema fluvial inferior), uma sucessão de depósitos costeiros, seguida por uma nova associação de depósitos fluviais (sistema fluvial superior). A evolução paleogeográfica é caracterizada pelo predomínio de sedimentação eólica nas porções mais basais das seções, dominadas por depósitos de dunas eólicas, lençóis de areia, interdunas úmidas e depósitos fluviais subordinados. Essa associação passa, rumo ao topo, para arenitos conglomeráticos fluviais, cujo padrão de paleocorrentes aponta para um sistema distributário (leque fluvial). Camadas de conglomerados e brechas, são interpretadas como incisões fluviais em resposta a um controle tectônico que levou ao incremento de declividade e do perfil de erosão. Após esse evento, desenvolveu-se um sistema costeiro arenoso dominado por onda e localmente restrito a um paleovale interpretado por meio da correlação entre as seções utilizando-se os pelitos da Formação Caboclo como datum.Sobreposto à associação costeira um novo ciclo de sedimentação fluvial foi identificado, restrito a um paleovale superimposto ao registro transgressivo, e atribuído à Formação Tombador. A variabilidade arquitetural das sucessões fluviais da Formação Tombador permite a distinção de quatro tipos de estilos fluviais. Esses estilos são definidos pelo registro sedimentar composto pelos elementos: (1) barras conglomeráticas; (2) barras arenosas de pequena amplitude; (3) barras arenosas de grande amplitude; (4) intercalações de depósitos de planícies de inundação. O estilo fluvial dominado pelo elemento (2) pode ser caracterizado como entrelaçado em lençol (sheet-braided), e é o predominante nas sucessões estudadas da Formação Tombador. Esse estilo é abundante no registro sedimentar pré-cambriano, e considerado como o dominante durante o passado remoto (pré-siluriano), em tempos anteriores ao aparecimento e a colonização da vegetação terrestre nos continentes. Por outro lado, a relativa variabilidade de registros fluviais da Formação Tombador, aponta para uma maior complexidade da sedimentação fluvial pré-vegetação. Controles alogênicos, tectônicos e climáticos, por condicionarem as taxas de aporte e de geração de espaço na bacia sedimentar, acarretam variações nos processos de sedimentação aluvial e em seu posterior registro na memória dos continentes. Modelamento numérico de perfis fluviais longitudinais na ausência de vegetação e considerações teóricas levaram àcaracterização desse sistema de canais mais profundos (elemento 3) com planícies de inundação preservadas (elemento 4) como equivalente antigo das porções de menor declividade do sistema fluvial, áreas em que hoje predominam canais meandrantes. Essa mesma abordagem de modelamento numérico permitiu o reconhecimento do predomínio de elementos de canais amplos e rasos (elemento 2), ou seja, de uma maior proporção de depósitos desenvolvidos em trechos de alta declividade, como resultado natural da forma do perfil longitudinal de equilíbrio na ausência de vegetação
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 09.02.2015
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    • ABNT

      TURRA, Bruno Boito. Estratigrafia e sedimentologia dos depósitos fluviais pré-vegetação da Formação Tombador (Mesoproterozoico) na Chapada Diamantina Oriental (BA). 2015. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-22042015-102049/. Acesso em: 24 abr. 2024.
    • APA

      Turra, B. B. (2015). Estratigrafia e sedimentologia dos depósitos fluviais pré-vegetação da Formação Tombador (Mesoproterozoico) na Chapada Diamantina Oriental (BA) (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-22042015-102049/
    • NLM

      Turra BB. Estratigrafia e sedimentologia dos depósitos fluviais pré-vegetação da Formação Tombador (Mesoproterozoico) na Chapada Diamantina Oriental (BA) [Internet]. 2015 ;[citado 2024 abr. 24 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-22042015-102049/
    • Vancouver

      Turra BB. Estratigrafia e sedimentologia dos depósitos fluviais pré-vegetação da Formação Tombador (Mesoproterozoico) na Chapada Diamantina Oriental (BA) [Internet]. 2015 ;[citado 2024 abr. 24 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-22042015-102049/


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