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A inibição sistemática precoce da via final comum da agregação plaquetária pode reduzir a ocorrência do fenômeno de não reperfusão em pacientes com infarto agudo do miocárdio tratados com intervenção coronária percutânea primária (2014)

  • Authors:
  • Autor USP: LAGO, IGOR MATOS - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RCM
  • Subjects: INFARTO DO MIOCÁRDIO; PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS VASCULARES; GLICOPROTEÍNAS (ANTAGONISTAS E INIBIDORES)
  • Language: Português
  • Abstract: Introdução: A Intervenção Coronária Percutânea Primária é hoje o método preferencial de reperfusão na abordagem de pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnivelamento do Segmento ST. Em considerável proporção dos mesmos ocorre o Fenômeno de Não Reperfusão, que é a incapacidade de se reperfundir uma região do miocárdio após o restabelecimento da patência de uma artéria coronária epicárdica previamente ocluída. O benefício de Inibidores da Glicoproteína IIb/IIIa, bloqueando a via final comum da agregação plaquetária, tem sido sugerido em estudos de síndromes coronárias agudas, mas persistem pontos obscuros quanto à sua real eficácia, no contexto da não-reperfusão em pacientes tratados com angioplastia primária. Métodos: Esta investigação multicêntrica avaliou o impacto da administração precoce do inibidor IIb/IIIa de baixo peso molecular tirofiban – em forma duplo-mascarada, controlada por placebo, sobre a ocorrência de não reperfusão, empregando métodos angiográficos e eletrocardiográfico para documentar: a) o fluxo coronário epicárdico pelo escore TIMI (Thrombolysis in Myocardial Infarction) e o fluxo miocárdico pelo escore MBG (Myocardial Blush Grade) de opacificação e escoamento miocárdicos; b) a Resolução do Supradesnivelamento do Segmento ST, como índice final do sucesso da reperfusão em dois momentos, aos 90 minutos e às 24 horas, em 58 pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnivelamento do Segmento ST submetidos à Intervenção Coronária Percutânea Primária, dos quais 24 pacientes foram randomizados ao grupo tirofiban e 34 pacientes ao grupo placebo. Resultados: As características antropométricas; os fatores de risco para doença arterial coronária; o uso prévio de fármacos; as características de apresentação clínica quanto à duração da dor e a classificação de Killip-Kimbal; as características do procedimento diagnóstico, tais como a via deacesso arterial, o diâmetro do introdutor, a realização de ventriculografia esquerda, o padrão de obstrução coronária, a artéria relacionada ao infarto e o seu grau de obstrução, a avaliação angiográfica dos fluxos TIMI e MBG e a duração do procedimento foram semelhantes em ambos grupos, exceto o antecedente de insuficiência coronária prévia em três pacientes do grupo tirofiban (p=0.06) e o déficit moderado à ventriculografia esquerda mais presente no grupo placebo (p=0.03). As características do procedimento terapêutico tais como a via de acesso arterial; o diâmetro do introdutor; a estratégia adotada na angioplastia primária; o tipo de stent e o número de stents por paciente; a pressão de liberação do stent; o tempo de administração do tirofiban ou placebo contado a partir do início do procedimento diagnóstico; as intercorrências clínicas (hipotensão arterial sistêmica, choque, bradiarritmia, taquicardia, parada cardiorrespiratória, hematoma, acidente vascular cerebral); a terapia adjuvante (nitrato, adenosina) e o uso do dispositivo aspirador manual de trombos, o diagnóstico angiográfico de não reperfusão e a sua resolução; o relato de dor peri-procedimento e o seu grau, a avaliação angiográfica final dos fluxos TIMI e MBG; a duração do procedimento, a duração da internação hospitalar e a média dos tempos de registros dos eletrocardiogramas foram semelhantes em ambos os grupos, exceto a estratégia de pós-dilatação mais presente no grupo placebo (p=0.06), a pressão de liberação máxima ≤ 12 atm mais presente no grupo tirofiban (p=0.03). O grau de Resolução do Supradesnivelamento do Segmento ST aos 90 minutos foi de 61,6%(± 26,1%) no grupo global, 69,9% (± 16,5%) no grupo tirofiban e 55,7% (± 30%) no grupo placebo (p=0.04) e o grau de Resolução do Supradesnivelamento do Segmento ST às 24 horas foi de 64,3% (± 29,7%) no grupo global, 73,6%(± 21,3%) no grupo tirofiban e 57,8% (± 33,3%) no grupo placebo (p=0.04). A análise angiográfica do fluxo epicárdico demonstrou uma incidência do Fenômeno de Não Reperfusão (TIMI ≤ 2)no grupo global de 32,8%, 25% no grupo tirofiban e 38,3% no grupo placebo (p=0.40); a análise do fluxo miocárdico demonstrou uma incidência do Fenômeno de Não Reperfusão (MBG 0 e 1)no grupo global de 7%, 0% no grupo tirofiban e 7,8% no grupo placebo (p=0.13). Já pela análise eletrocardiográfica aos 90 minutos que considera a Resolução do Supradesnivelamento do Segmento ST > 70% para excluir a presença do Fenômeno de Não Reperfusão, este ocorreu em 50% no grupo global, sendo 41,6% no grupo tirofiban e 55,8% no grupo placebo (p=0.42); e pela análise eletrocardiográfica às 24 horas da Resolução do Supradesnivelamento do Segmento ST > 70%, a presença do Fenômeno de Não Reperfusão foi constatada em 44,8% no grupo global, sendo 29% no grupo tirofiban e 55,9% no grupo placebo (p=0.06). Numa análise eletrocardiográfica alternativa, considerando os pacientes com Resolução do Supradesnivelamento do Segmento ST < 30% aos 90 minutos, a presença do Fenômeno de Não Reperfusão foi de 15,5% no grupo global, sendo em 0% no grupo tirofiban e 26,5% no grupo placebo (p=0.01); e, às 24 horas, a presença do Fenômeno de Não Reperfusão foi de 15,5% no grupo global, 4,2% no grupo tirofiban e 23,5% no grupo placebo (p=0.06). Conclusões: Este estudo-piloto demonstrou nítida tendência a redução da incidência, e da intensidade do Fenômeno de Não Reperfusão à análise eletrocardiográfica de 24 horas após a angioplastia primária no grupo tirofiban e deverá nortear a implementação de estudo mais abrangente, para investigar o possível impacto do bloqueio sistemático da via final comum da agregação plaquetária, no sentido de prevenir a ocorrência daquela complicação,e melhorar a função ventricular e a sobrevivência de pacientes com infarto agudo do miocárdio
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 04.08.2014

  • How to cite
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    • ABNT

      LAGO, Igor Matos. A inibição sistemática precoce da via final comum da agregação plaquetária pode reduzir a ocorrência do fenômeno de não reperfusão em pacientes com infarto agudo do miocárdio tratados com intervenção coronária percutânea primária. 2014. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2014. . Acesso em: 16 abr. 2024.
    • APA

      Lago, I. M. (2014). A inibição sistemática precoce da via final comum da agregação plaquetária pode reduzir a ocorrência do fenômeno de não reperfusão em pacientes com infarto agudo do miocárdio tratados com intervenção coronária percutânea primária (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Lago IM. A inibição sistemática precoce da via final comum da agregação plaquetária pode reduzir a ocorrência do fenômeno de não reperfusão em pacientes com infarto agudo do miocárdio tratados com intervenção coronária percutânea primária. 2014 ;[citado 2024 abr. 16 ]
    • Vancouver

      Lago IM. A inibição sistemática precoce da via final comum da agregação plaquetária pode reduzir a ocorrência do fenômeno de não reperfusão em pacientes com infarto agudo do miocárdio tratados com intervenção coronária percutânea primária. 2014 ;[citado 2024 abr. 16 ]


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