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A semiologia imanente de Saussure como epistemologia do conhecimento (2014)

  • Autor:
  • Autor USP: BEIVIDAS, WALDIR - FFLCH
  • Unidade: FFLCH
  • Subjects: SEMIOLOGIA; EPISTEMOLOGIA
  • Language: Português
  • Abstract: Decorre do princípio de arbitrariedade do signo em Saussure, isto é, do ato semiológico que acopla significante a significado uma premissa fundamental, melhor, uma tese fundamental : não é o pensamento que cria o signo, mas sim é o signo que “guia primordialmente o pensamento (então o cria em realidade...)” (Écrits : 46). A extensão máxima desse entendimento, ou dessa tese, impõe que é também apenas através do signo – linguístico por preponderância, mas não por exclusividade – que toda a realidade objetiva do mundo ou subjetiva do homem possa ser tida como tal. Noutros termos, a Semiologia acaba se revelando como uma « epistemologia imanente » do conhecimento possível das coisas. Imanência aqui passa a significar algo de maior alcance do que o simples e tradicional entendimento seu como « disciplina metodológica » de descrição das linguagens por seus fatores e estruturações « internas ». Esse maior alcance da Semiologia imanente implica duas consequências de grande envergadura filosófica e mesmo epistemológica: (i) não há chance de uma « ontologia realista » fora e independente da linguagem pois, caso houvesse, a única maneira de alcançá-la seria obter um “raciocínio” integralmente a-linguageiro, sem fazer uso de signo algum. Nem a matemática mais abstrata e pura consegue o feito; (ii) por sua vez, a Semiologia imanente implica igualmente que nenhuma operação do espírito possa ser tida integralmente de modo « transcendental » à linguagem pois a única maneira de conseguir tal intento seria a de um pensamento « puro », sem expressão. Nenhuma mente por aguda e brilhante que seja consegue manter-se um átimo qualquer em tal estado; nenhum conhecimento pode pois daí advir.Não é portanto sustentável pensar alguma ciência realista como « conhecimento do mundo » ou alguma filosofia transcendental como « conhecimento do ser », fora, independente, aquém ou além da linguagem. Filosofia e ciência – para englobar simplificada mas não exclusivamente nos dois todas as possíveis formas do conhecimento humano – não têm como contornarem a condição humana linguageira de só poderem se definir como « operação sob signos » que ambas, ciência e filosofia, criam e recriam em seus discursos, os quais recortam e categorizam seus objetos que, por sua vez, vão compor a « realidade » disponível para ambos e para todos. A linguística e a semiótica ainda não exploraram todo o potencial epistemológico da Semiologia saussuriana. Urgem esforços cognitivos nessa direção.
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  • Conference titles: Seminário do GEL
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    • ABNT

      BEIVIDAS, Waldir. A semiologia imanente de Saussure como epistemologia do conhecimento. 2014, Anais.. São Paulo: GEL, 2014. Disponível em: https://biblio.fflch.usp.br/Beividas_W_2521283_ASemiologiaImanenteDeSaussureComoEpistemologiaDoConhecimento.pdf. Acesso em: 23 abr. 2024.
    • APA

      Beividas, W. (2014). A semiologia imanente de Saussure como epistemologia do conhecimento. In Programação e resumos. São Paulo: GEL. Recuperado de https://biblio.fflch.usp.br/Beividas_W_2521283_ASemiologiaImanenteDeSaussureComoEpistemologiaDoConhecimento.pdf
    • NLM

      Beividas W. A semiologia imanente de Saussure como epistemologia do conhecimento [Internet]. Programação e resumos. 2014 ;[citado 2024 abr. 23 ] Available from: https://biblio.fflch.usp.br/Beividas_W_2521283_ASemiologiaImanenteDeSaussureComoEpistemologiaDoConhecimento.pdf
    • Vancouver

      Beividas W. A semiologia imanente de Saussure como epistemologia do conhecimento [Internet]. Programação e resumos. 2014 ;[citado 2024 abr. 23 ] Available from: https://biblio.fflch.usp.br/Beividas_W_2521283_ASemiologiaImanenteDeSaussureComoEpistemologiaDoConhecimento.pdf


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