Médicos e pacientes tem sexo e cor?: a perspectiva de médicos e residentes sobre a relação médico-paciente na prática ambulatorial (Versão Corrigida) (2012)
- Authors:
- Autor USP: SANTOS, MAFOANE ODARA POLI - IP
- Unidade: IP
- Sigla do Departamento: PST
- Subjects: RACISMO; RELAÇÕES MÉDICO-PACIENTE; GÊNEROS (GRUPOS SOCIAIS); DIREITOS HUMANOS; GRUPOS ÉTNICOS
- Keywords: Branquitude; Determinantes sociais em saúde; Gender; Gênero; Social determinants in health; Whiteness
- Language: Português
- Abstract: Embora sejam grandes os progressos com a promulgação da Constituição de 1988, que garante constitucionalmente a saúde como direito de todos e dever do Estado, esse direito não tem sido assegurado no mesmo nível e com a mesma qualidade de atenção, em especial, para a população negra. Depois de uma revisão sobre a história a influência das teorias racialistas e de gênero como categoria de análise na medicina, discute-se uma síntese da história recente das práticas médicas no Brasil e a reflexão critica sobre essas práticas centradas no tecnicismo. O objetivo deste estudo, parte da linha de pesquisa Pesquisa Psicossocial da Desigualdade: Relações Étnico-raciais, foi descrever que sentidos e significados médicos e médicas conferem aos temas médico-sociais na sua trajetória e formação, especialmente como concebem os determinantes sociais de gênero e raça Foram entrevistados 25 médicos (13 médicos e 12 médicas) que orientam e são preceptores de alunos da residência médica em um hospital universitário. O roteiro abordava o perfil sócio-demográfico e sua trajetória profissional; o seu nível de conhecimento e contato com os determinantes sociais (pobreza, gênero, cor/raça, nacionalidade, religião dos diferentes grupos populacionais) durante a formação acadêmica; que fatores consideravam relevantes para uma boa relação médico-paciente; seu conhecimento sobre Direitos Humanos e os princípios do Sistema Único de Saúde; as experiências na relação médico-paciente e de cuidado. Depois deum aquecimento propiciado pela situação da entrevista, entre os resultados, o estudo permitiu observar como os médicos entrevistados reconhecem alguns marcadores sociais da diferença que se transformam em desigualdade, os lugares sociais diferentes para homens e mulheres, brancos, amarelos e negros, lugares de maior ou menor privilégio e de obstáculo para o sucesso técnico. As diferenças e desigualdade de gênero foram mais fáceis de serem explicitadas e os entrevistados articulavam um repertório levemente maior para o tema. Todos os entrevistados, em algum momento, usaram o discurso sobre o instintivo e natural, e a maior parte deles compreende o masculino e o feminino de um modo muito conservador, com problemas para encontrar definições para perguntas supostamente simples. No caso da desigualdade racial, observamos que houve uma polarização: de um lado a negação das desigualdades entre brancos e não brancos, do outro temos a valorização da identidade branca, compondo bem com o racismo à brasileira. O contexto social foi associado à pobreza mais que qualquer outro indicador da desigualdade social. Cenas de racismo e sexismo institucional foram frequentes. Os poucos entrevistados que tinham uma noção mais sofisticada sobre gênero e raça eram aqueles que contaram com a oportunidade de desenvolver uma atividade de extensão, a iniciação científica ou que tiveram uma formação mais generalista, mais social. A trajetória trilhada na faculdade contribui, portanto, para a formação
- Imprenta:
- Data da defesa: 26.06.2012
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ABNT
SANTOS, Mafoane Odara Poli. Médicos e pacientes tem sexo e cor?: a perspectiva de médicos e residentes sobre a relação médico-paciente na prática ambulatorial (Versão Corrigida). 2012. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-05092012-101342/. Acesso em: 17 abr. 2024. -
APA
Santos, M. O. P. (2012). Médicos e pacientes tem sexo e cor?: a perspectiva de médicos e residentes sobre a relação médico-paciente na prática ambulatorial (Versão Corrigida) (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-05092012-101342/ -
NLM
Santos MOP. Médicos e pacientes tem sexo e cor?: a perspectiva de médicos e residentes sobre a relação médico-paciente na prática ambulatorial (Versão Corrigida) [Internet]. 2012 ;[citado 2024 abr. 17 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-05092012-101342/ -
Vancouver
Santos MOP. Médicos e pacientes tem sexo e cor?: a perspectiva de médicos e residentes sobre a relação médico-paciente na prática ambulatorial (Versão Corrigida) [Internet]. 2012 ;[citado 2024 abr. 17 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-05092012-101342/
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