Efeitos neurodegenerativos da metilecgonidina e da cocaína em cultura celular primária de hipocampo (2009)
- Authors:
- Autor USP: GARCIA, RAPHAEL CAIO TAMBORELLI - FCF
- Unidade: FCF
- Sigla do Departamento: FBC
- Subjects: TOXICOLOGIA SOCIAL; ESTRESSE OXIDATIVO; XENOBIÓTICO; COCAÍNA (EFEITOS)
- Language: Português
- Abstract: O uso da cocaína na forma de crack vem crescendo nos últimos anos quando comparado às demais vias de administração. Contribuem para esse fato a obtenção quase imediata de efeitos e a maior facilidade de uso, que dispensa a necessidade de material injetável. O usuário de crack sofre os efeitos não só da cocaína, mas também de seu produto de pirólise, a metilecgonidina (AEME). Existem evidências de que a cocaína leva à neurodegeneração, entretanto a participação da AEME nesse processo ainda não foi estudada. A proposta deste estudo foi investigar a participação da AEME no processo neurodegenerativo utilizando cultura primária de hipocampo realizada a partir de fetos de ratos. Foram realizados ensaios de viabilidade celular (MTT) e da atividade da lactato desidrogenase (LDH), além da avaliação morfológica por microscopia de fluorescência. Foi estudada também a participação do dano oxidativo no processo de neurodegeneração, como a formação de aduto de DNA; atividade das enzimas antioxidantes glutationa peroxidase (GPx), glutationa redutase (GR) e glutationa S-transferase (GST); e a produção de malonaldeído (MOA), um biomarcador de peroxidação lipídica. Tanto a cocaína quanto a AEME mostraram-se neurotóxicas. A partir dos ensaios de viabilidade e da avaliação morfológica foi possível inferir que, em células hipocampais, a cocaína leva à morte celular tanto por necrose quanto por apoptose e que a provável via envolvida na neurodegeneração da AEME é a apoptose. A AEMEnão causou lesão direta ao DNA, uma vez que não foi observada a formação de adutos nem com a desoxiguanosina (d-G), a base nitrogenada mais reativa, nem com DNA comercial. Mais ainda, nossos resultados mostraram que a AEME e a cocaína, nas concentrações de 1 e 2 mM, respectivamente, foram equipotentes e a incubação concomitante das duas substâncias nessas concentrações apresentou efeito aditivo após ) 48 horas de exposição. A morte de células hopocampais evidenciada a partir de 24 horas de exposição foi precedida pela diminuição da atividade da GPx após 3 horas de incubação tanto com a AEME e a cocaína, quanto com a associação entre essas substâncias. A atividade da GST também diminuiu, no entanto, somente após 6 horas de exposição, antecedendo a morte celular. Não foi observada alteração na atividade da GR. Houve um aumento, porém, não estatisticamente significativo, de MDA após 48 horas de incubação. Nossos resultados sugerem uma maior susceptibilidade à neurodegeneração com o uso de crack do que com a cocaína isoladamente
- Imprenta:
- Data da defesa: 28.09.2009
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ABNT
GARCIA, Raphael Caio Tamborelli. Efeitos neurodegenerativos da metilecgonidina e da cocaína em cultura celular primária de hipocampo. 2009. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9141/tde-31032010-092939/. Acesso em: 19 abr. 2024. -
APA
Garcia, R. C. T. (2009). Efeitos neurodegenerativos da metilecgonidina e da cocaína em cultura celular primária de hipocampo (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9141/tde-31032010-092939/ -
NLM
Garcia RCT. Efeitos neurodegenerativos da metilecgonidina e da cocaína em cultura celular primária de hipocampo [Internet]. 2009 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9141/tde-31032010-092939/ -
Vancouver
Garcia RCT. Efeitos neurodegenerativos da metilecgonidina e da cocaína em cultura celular primária de hipocampo [Internet]. 2009 ;[citado 2024 abr. 19 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9141/tde-31032010-092939/ - Envolvimento da metilecgonidina, produto de pirólise da cocaína, na farmacodependência
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