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Um nitrosilo complexo de rutênio com um peptídeo como ligante (2009)

  • Autores:
  • Autor USP: FIGUEIREDO, LEONARDO ELIAS - FFCLRP
  • Unidade: FFCLRP
  • Sigla do Departamento: 593
  • Assuntos: RUTÊNIO (QUÍMICA); ÓXIDO NÍTRICO; PEPTÍDEOS; COMPOSTOS DE COORDENAÇÃO
  • Idioma: Português
  • Resumo: Buscando ampliar a ação do óxido nítrico no organismo, realizamos a síntese e o estudo de um complexo nitrosilo de rutênio ligado a um peptídeo com comprovada atividade biológica. A seqüência escolhida é denominada Tat48-60, correspondente aos resíduos 48 a 60 da proteína reguladora Tat, produzida pelo retrovírus HIV. Conforme estudos anteriores, esta seqüência é capaz de penetrar em células. Pretende-se comprovar, dessa forma, sua capacidade de transportar um nitrosilo complexo de rutênio para o interior de uma célula, fazendo com que o NO seja liberado no meio intracelular. Para tanto, sintetizamos inicialmente o composto trans-[Ru(NO)'('NH IND. 3') IND. 4'(L)]'('BF IND. 4') IND. 3', L = L-Hist (L-Histidina) e seus precursores, [RuCI'('NH IND. 3') IND. 5']'CI IND. 2', trans-[Ru'('HSO IND. 3') IND. 2''('NH IND. 3') IND. 4'], [RuCI'('NH IND. 3') IND. 4'('SO IND. 2')]CI e trans-[Ru('SO IND. 4')'('NH IND. 3') IND. 4'(L)]CI, (L= L-Hist). No entanto, em virtude de problemas durante a síntese, decidiu-se mudar o complexo, e passamos a trabalhar com o ligante ácido isonicotínico ao invés da L-histidina. Com esse novo ligante sintetizamos o precursor trans-[Ru('SO IND. 4')'('NH IND. 3') IND. 4'(inaH)]CI e o complexo trans-[Ru(NO)'('NH IND. 3') IND. 4'(inaH)]'('BF IND. 4') IND. 3' (inaH = ácido isonicotínico). A síntese deste novo complexo e seu precursor ocorreu sem maiores problemas, e ele foi analisado por espectroscopia na região do infravermelho (IV) e doultravioleta e do visível (Uv-visível) e Voltametria Cíclica. A espectroscopia no infravermelho do nitrosilo complexo mostrou a presença do NO coordenado, com uma banda em 1934 'cm POT. -1'. A espectroscopia no Uv-visível mostrou as bandas eletrônicas de absorção deste complexo em 234, 282, 324 e 471 nm, além de mostrar a capacidade deste complexo liberar NO quando reduzido, através do aparecimento da banda do aquo complexo em 495 nm. Os voltamogramas mostraram o pico de redução 'NO POT. +'/'NO POT 0'. em -175 mV vs. Ag/AgCI. Sintetizou-se também o peptídeo Tat48-60, cuja seqüência de aminoácidos é GRKKRRQRRRPPQ (G = Glicina, R = Arginina, K = Lisina, Q = Glutamina e P = Prolina). Ao final da síntese, acrescentou-se uma molécula de ácido isonicotínico à porção amino terminal do peptídeo, ou seja, à glicina (G). A nova seqüência é: ina-GRKKRRQRRRPPQ. Este peptídeo foi caracterizado por espectroscopia na região do Uv-visível, voltametria cíclica e de pulso diferencial, Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) e espectrometria de massas. A espectroscopia de massas mostrou um pico de maior intensidade cuja relação m/z é 456,5412. Considerando-se uma carga +4, referente a 4 prótons incorporados à molécula, chegamos à massa de 1822,1328, que é a massa do peptídeo ina-Tat48-60. Os cromatogramas CLAE mostraram um pico principal referente ao peptídeo ina-Tat48-60, e um ombro lateral à esquerda deste, além dealgumas outras impurezas em menor concentração. Estas impurezas foram retiradas após purificação em CLAE preparativo. Os voltamogramas mostraram dois principais picos de redução deste peptídeo, em +278 e -897 mV vs. Ag/AgCI, e a espectroscopia Uv-visível mostrou a banda de absorção deste peptídeo em 267 nm. Por fim, foi sintetizado o complexo trans-[Ru(NO)'('NH IND. 3') IND. 4'(ina-tat48-60)]'('BF IND. 4') IND. 3' (ina- Tat48-60 = peptídeo de seqüência ina-GRKKRRQRRRPPQ). Esse novo complexo foi analisado por espectroscopia na região do infravermelho e do Uv-visível, voltametria de pulso diferencial e CLAE. A espectroscopia no Uv-visível mostrou a coordenação do peptídeo ao complexo, com uma banda em 267 nm referente ao peptídeo coordenado, e outra em 333 nm, e também nos mostrou a capacidade deste complexo liberar NO quando reduzido, através do aparecimento da banda do aquo complexo em 485 nm. A espectroscopia no infravermelho mostrou a coordenação do NO ao complexo, com uma banda em 1930 'cm POT. -1'. Os voltamogramas mostraram o pico de redução 'NO POT. +'/'NO POT. 0' deste complexo em -140 mV vs. Ag/AgCI, e os cromatogramas CLAE mostraram um pico principal referente ao complexo, com um ombro lateral à esquerda e algumas outras impurezas em menor concentração. Após a realização de uma recristalização este ombro desapareceu e as impurezas restantes ficaram em baixíssimas concentrações, possibilitando quedéssemos prosseguimento às análises. Os compostos finais e alguns precursores sintetizados foram submetidos ao ensaio de viabilidade celular - MTT, o qual mostrou a alta toxicidade do complexo de rutênio com NO e a baixa toxicidade do peptídeo livre. Quando o peptídeo é ligado ao complexo nitrosilo a toxicidade deste último não muda de maneira significativa, de acordo com a análise estatística realizada. Com estes resultados conclui-se que um peptídeo com atividade biológica pode ser usado como veículo de transporte de um complexo de rutênio liberador de NO, e pode-se, com isso, planejar futuras mudanças na molécula transportadora, como a mudança da seqüência de aminoácidos do peptídeo ou o uso de um anticorpo, para melhorar a especificidade da ação do complexo nitrosilo no organismo
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 21.10.2009

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    • ABNT

      FIGUEIREDO, Leonardo Elias. Um nitrosilo complexo de rutênio com um peptídeo como ligante. 2009. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2009. . Acesso em: 18 set. 2024.
    • APA

      Figueiredo, L. E. (2009). Um nitrosilo complexo de rutênio com um peptídeo como ligante (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Figueiredo LE. Um nitrosilo complexo de rutênio com um peptídeo como ligante. 2009 ;[citado 2024 set. 18 ]
    • Vancouver

      Figueiredo LE. Um nitrosilo complexo de rutênio com um peptídeo como ligante. 2009 ;[citado 2024 set. 18 ]


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