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Trabalho/instituição e empresa/organização: representações compartilhadas sobre emprego e deficiência (2007)

  • Autores:
  • Autor USP: CORRER, RINALDO - IP
  • Unidade: IP
  • Sigla do Departamento: PST
  • Assuntos: DEFICIENTES; TRABALHO; GRUPOS OPERATIVOS; PSICOLOGIA SOCIAL
  • Idioma: Português
  • Resumo: O presente trabalho investigou representações de empregadores sobre a relação trabalho/deficiência. A utilização dos pressupostos da teoria psicanalista das relações grupais demarca um território teórico-metodológico, que vem sendo construido na Psicologia Social. A pesquisa apoiou-se nos pressupostos de Pichon-Riviére (Grupos Operativos) e Renê Kaës (formações Intermediárias). A estudo foi realizado no município de Bauru/SP. Na pesquisa de campo, realizou-se um levantamento das empresas com mais de cem funcionários e chegamos a um número de seis empresas que aceitaram participar do estudo. Para a coleta dos dados empíricos foram realizados quatro encontros de grupo, nos quais a técnica utilizada foi a dos Grupos Operativos. Os resultados estão pontuados pelos emergentes principais de cada encontro realizado. No primeiro encontro, a pessoa com deficiência estaria "preparada" ou não para o trabalho. O grupo apresenta uma distinção entre as "preparadas" e as "não preparadas". No segundo encontro, surge como emergente a relação entre o discurso social e a prática cotidiana: o vínculo no trabalho se sustenta sobre o sofrimento ocultado. A relação tem, como grande regulador, o mercado. O discurso da igualdade esbarra em armadilhas do próprio discurso. Os participantes deixam a questão central da deficiência e começam a dialogar sobre a gestão das próprias vidas. Outro emergente, no segundo encontro se concentra na relação confiança/desconfiança: o corpo aparece comointermediário entre a pessoa e a instituição. Desta forma, o corpo é a saída individual para o apagamento do trabalho psíquico massacrante. O corpo exerce a função de intermediário entre empresa/indivíduo. Ao promover cisão entre trabalho (suar o corpo) e lazer (malhar na academia) consegue-se, via negatividade, manter-se ligado e atuar sobre as forças antagônicas, reduzindo tensões, trabalhando para manter os laços integradores. Ainda no segundo encontro, emerge o conflito das relações de gênero. Por fim, a relaçãopessoa/empresa tem, nocorpo, umintermediário entre ritmodo desejoe da necessidade. Oterceiroencontro está marcado pelos emergentes "corpo mole"x "espíritode corpo". Neste, a deficiência é negada. Uma vez esquecida adeficiência, adesconfiança sobre a competência para o trabalho recai sobre o trabalhadoradolescente (faz corpo mole). O quarto encontro foi caracterizado peloluto no processo grupal: a solidão no trabalho. Otrabalho, enquantoorganizador psíquico, assume, na modernidade, o papelde garantir a inserção social.Em uma sociedade em que o privilégio é o capital,que nãotrabalha está destituídode cidadania, independentemente de terounão deficiência. O impedimento ao trabalho se converteem uma mutilaçãopsíquica, na qual,pessoas com deficiência deixam de participar e, por conseqüência, não usufruemo trabalhocomo um organizador psíquico.Ao explicitar os sentimentos de medo e insegurança, os participantesdoprocessogrupalatribuem sentidoao que não pode ser nomeado, comrisco dese aniquilar as possibilidades, ou seja, desedesfazer osvínculos com a realidade atual e com o futuro. A pessoa com deficiência é depositária de atributos, que permitem uma visualização de muitos elementosnegados pelo grupo. Esse encaixe deforças antagônicas representauma modalidade de ressignificação da deficiência e do cotidiano de sofrimentono trabalho.A convergência, entre novosolhares para a deficiência e novasformas de enfrentar problemas desencadeados pela crise da instituição trabalho, pode edeve ser convertido em dispositivo, para enfraquecer forças paralisantes, tanto nasestratégias de se enfrentar a atualização do funcionamento grupal, quanto na coerência do processo deconstruçãodeuma ambienteinclusivo no trabalho
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 06.02.2007

  • Como citar
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    • ABNT

      CORRER, Rinaldo. Trabalho/instituição e empresa/organização: representações compartilhadas sobre emprego e deficiência. 2007. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. . Acesso em: 19 abr. 2024.
    • APA

      Correr, R. (2007). Trabalho/instituição e empresa/organização: representações compartilhadas sobre emprego e deficiência (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Correr R. Trabalho/instituição e empresa/organização: representações compartilhadas sobre emprego e deficiência. 2007 ;[citado 2024 abr. 19 ]
    • Vancouver

      Correr R. Trabalho/instituição e empresa/organização: representações compartilhadas sobre emprego e deficiência. 2007 ;[citado 2024 abr. 19 ]

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