Análise do impacto da produção do ferro gusa no desmatamento da Amazônia (2006)
- Authors:
- Autor USP: SHIROTA, RICARDO - ESALQ
- Unidade: ESALQ
- Subjects: GUSA; DESMATAMENTO
- Language: Português
- Abstract: 1. Objetivo Empresas inseridas dentro do programa Grande Carajás - extinto, mas cujos impactos sócio-econômicos ainda se fazem sentir na região - dedicam-se à produção de ferro-gusa. Este produto, composto de uma liga ferrocarbono, utiliza o carvão vegetal proveniente do desmatamento da região, como principal insumo na redução inicial do minério de ferro em um alto-forno. O presente estudo faz uma análise econômica comparativa da alternativa de utilização de carvão proveniente de florestas plantadas, da floresta nativa (com e sem a internalização das externalidades). 2. Materiais e Métodos O custo de produção da floresta plantada foi estimado com base em dados da literatura. Foram considerados os seguintes itens: custo de aquisição e preparo do terreno como parte integrante do custo de investimento em terras; reserva legal de 80%; e, os custos de implantação de eucalipto. No caso da floresta nativa, foram considerados os custos de derrubada de novas áreas [1]. Separadamente, foram estimados os custos das externalidades desse processo, visando a sua internalização. Os custos econômicos externos do desmatamento foram calculados através de um exercício de valoração ambiental, que utilizou estimativas relativas aos valores de uso direto, indireto e de opção, relativos à floresta [2]. Adicionalmente, foram realizados cruzamentos e análise dos dados para verificar os possíveis cenários para a floresta3. Resultados e Discussão Os custos com aaquisição da madeira extrativa (de desmatamento) representam um valor relativamente pequeno em relação ao preço do ferro-gusa. Sem considerar as externalidades, estimou-se em 5,67%. Levando em conta a externalidade, esse valor sobe para 9,7%. Por outro lado, no caso da madeira de reflorestamento, o custo sobe para 41,6% do valor final do produto. O estudo considerou que a terra já é de propriedade da empresa e que, pela abundância na região, o seu custo de oportunidade é igual a zero. Como a exigência de reserva na região é muito alta (80%), o custo da terra - mesmo que relativamente menor do que a região Centro- Sul - pode ter um impacto significativo no custo final da floresta plantada. 4. Conclusão No curto prazo, o valor econômico da extração de madeira da floresta, mesmo considerando a as externalidades, ainda é maior do que o valor dos serviços sócio-ambientais oferecidos pela floresta em pé (estimado por [2]). Entretanto, sugere-se que este estudo seja estendido para considerar o longo prazo. A contínua extração da floresta nativa pode inverter a situação, uma vez que a internalização se tornará mais cara devido a crescente escassez.
- Imprenta:
- Source:
- Título do periódico: Agropecuária; resumos
- Conference titles: Simpósio Internacional de Iniciação Científica da Universidade de São Paulo
-
ABNT
COELHO, A G e TACCINI, M M e KAMOGAWA, L F O. Análise do impacto da produção do ferro gusa no desmatamento da Amazônia. 2006, Anais.. São Paulo: USP, 2006. . Acesso em: 24 abr. 2024. -
APA
Coelho, A. G., Taccini, M. M., & Kamogawa, L. F. O. (2006). Análise do impacto da produção do ferro gusa no desmatamento da Amazônia. In Agropecuária; resumos. São Paulo: USP. -
NLM
Coelho AG, Taccini MM, Kamogawa LFO. Análise do impacto da produção do ferro gusa no desmatamento da Amazônia. Agropecuária; resumos. 2006 ;[citado 2024 abr. 24 ] -
Vancouver
Coelho AG, Taccini MM, Kamogawa LFO. Análise do impacto da produção do ferro gusa no desmatamento da Amazônia. Agropecuária; resumos. 2006 ;[citado 2024 abr. 24 ] - Eficiência econômica: uma aplicação do modelo de fronteira estocástica em empresas de saneamento
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