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Purificação e caracterização da neurotoxina BcIII e sobre a ação hemolítica de uma fração obtida da peçonha da anêmona do mar Bunodosoma caissarum Corrêa, 1964 (Cnidaria, Anthozoa, Actiniidae) (2003)

  • Autores:
  • Autor USP: OLIVEIRA, JOACIR STOLARZ DE - IB
  • Unidade: IB
  • Sigla do Departamento: BIF
  • Assuntos: FISIOLOGIA ANIMAL; ANTHOZOA; COELENTERATA; VENENOS DE ORIGEM ANIMAL; TOXINAS EM ANIMAL
  • Idioma: Português
  • Resumo: As anêmonas do mar são animais invertebrados, exclusivamente marinhos e de hábitos sésseis, pertencentes ao Filo Cnidaria e, que possuem células especializadas, os cnidócitos, as quais contêm em seu interior estruturas especializadas, os nematocistos, empregadas na inoculação de substâncias tóxicas para a captura de presas e contra possíveis predadores. Bunodosoma caissarum é uma anêmona endêmica do litoral brasileiro e que se encontra aderida ao substrato (pedras e corais) próximo à superfície da água em praias rochosas. Exemplares de B. caissarum foram estimulados eletricamente visando ao disparo dos nematocistos e liberação de seu conteúdo tóxico em água do mar artificial. Após as etapas iniciais de centrifugação e liofilização, a peçonha secretada foi diluida em tampão acetato de amônio e, a seguir, fracionada em coluna de gel filtração Sephadex G-50, fornecendo seis frações principais (I a VI). Quando monitoradas, as frações II e III apresentaram, respectivamente, atividades hemolítica e neurotóxica. A fração III foi totalmente purificada em cromatografia liquida de alto desempenho (CLAD), resultando na toxina BcIII, a qual teve sua identidade confirmada pelo seqüenciamento da sua porção amino terminal e determinação da massa molecular por espectrometria de massa. A BcIII é um peptídeo neurotóxico de 48 resíduos de aminoácidos (4.973Da) pertencentes às toxinas longas do tipo 1 de anêmonas do mar e que é letal quando administrada intraperitonealmente em camundongos (DL50 = 600 g/Kg). Em canais para sódio dependentes de voltagem, expressos em células embrionárias de rim humano (HEK 293), a BcIII promoveu um aumento na duração do processo de inativação lenta destes canais. Este efeito foi dose-dependente, sendo mais ativa nos canais Nav1.1 e Nav1.5 (CE50 = 0,27 e 0,13 M, respectivamente) e menos eficaz em Nav1.2 e Nav1.3 (CE50 = 1,9 e 2,0 M, respectivamente). Seus efeitos foram comparados com as toxinas AFTII da anêmona Anthopleura fuscoviridis e ATX II de Anemonia sulcata. Um modelo tridimensional da toxina BcIII foi construído com base na estrutura da toxina AP-A da anêmona Anthopleura xanthogrammica, determinada por Ressonância Magnética Nuclear (RMN). A estrutura da BcIII apresenta três pontes de dissulfeto, duas folhas beta antiparalelas e nenhuma alfa hélice.A fração II de B.caissarum não foi totalmente purificada devido à dificuldade na obtenção das proteínas nas suas forma ativas. Esta fração, obtida por meio de gel filtração, é composta por 4 hemolisinas principais, duas com massas moleculares próximas à 15.000Da e duas de 20.000Da, visualizadas por meio de SDS-PAGE. Quando testada em eritrócitos, a fração II provocou lise direta, de maneira dose-dependente, sendo mais ativa em células humanas do que de camundongos. Quando incubadas com anticorpos policlonais anti Equinatoxina-recombinante a fração II de B. caissarum apresentou reação cruzada com este anticorpo,demonstrando possuir epítopos homólogos aos da Equinatoxina de Actinia equina, ainda que esta não tenha tido sua seqüência amino terminal determinada. A fração II foi parcialmente purificada em cromatografia líquida rápida de proteínas (FPLC), sendo que esta técnica vem mostrando ser a mais adequada para o isolamento das hemolisinas de B. caissarum. Uma seqüência amino terminal, obtida por CLAD, apresentou alta identidade com a Bunodolisina (BcH), uma possível hemolisina de 15.000Da presente na peçonha de B. caissarum. Por ser um animal exclusivo da costa brasileira, estudos futuros são de elevada importância para a completa purificação e caracterização das hemolisinas de B. caissarum bem como de suas neurotoxinas, tanto no que diz respeito às toxinas que atuam modulando os canais para sódio como às bloqueadoras de canais para potássio
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 19.12.2003

  • Como citar
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    • ABNT

      OLIVEIRA, Joacir Stolarz de. Purificação e caracterização da neurotoxina BcIII e sobre a ação hemolítica de uma fração obtida da peçonha da anêmona do mar Bunodosoma caissarum Corrêa, 1964 (Cnidaria, Anthozoa, Actiniidae). 2003. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. . Acesso em: 19 abr. 2024.
    • APA

      Oliveira, J. S. de. (2003). Purificação e caracterização da neurotoxina BcIII e sobre a ação hemolítica de uma fração obtida da peçonha da anêmona do mar Bunodosoma caissarum Corrêa, 1964 (Cnidaria, Anthozoa, Actiniidae) (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Oliveira JS de. Purificação e caracterização da neurotoxina BcIII e sobre a ação hemolítica de uma fração obtida da peçonha da anêmona do mar Bunodosoma caissarum Corrêa, 1964 (Cnidaria, Anthozoa, Actiniidae). 2003 ;[citado 2024 abr. 19 ]
    • Vancouver

      Oliveira JS de. Purificação e caracterização da neurotoxina BcIII e sobre a ação hemolítica de uma fração obtida da peçonha da anêmona do mar Bunodosoma caissarum Corrêa, 1964 (Cnidaria, Anthozoa, Actiniidae). 2003 ;[citado 2024 abr. 19 ]

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