Uso(s) do tempo: a organização das atividades de alunos e professores nas escolas primárias paulistas (1890-1929) (2003)
- Authors:
- Autor USP: GALLEGO, RITA DE CASSIA - FE
- Unidade: FE
- Subjects: HISTORIA DA EDUCAÇÃO; ENSINO FUNDAMENTAL; ENSINO PÚBLICO; ESCOLA PÚBLICA; ORGANIZAÇÃO ESCOLAR
- Language: Português
- Abstract: Trata-se de pesquisa teórica, que se insere na área de História da Educação, cujo objetivo consistiu em investigar o processo de construção da arquitetura temporal das escolas públicas primárias do estado de São Paulo, no período compreendido entre 1890 e 1920, no que concerne à configuração não só do calendário (data de matrícula, início e fim das aulas, período(s) de exames, horários de entrada e saída, feriados e festas), como também dos quadros horários a serem seguidos na organização das atividades dos professores e alunos (a divisão da semana e o dia de aula, as matérias e o tempo a ser dedicado ao ensino de cada uma delas, a hierarquia entre elas, o tempo de descanso a importância da pontualidade, ordem e disciplina) notando-se permanências, rupturas e ressignificações presentes nesse processo. Numa tentativa de apreender a dinâmica da construção da arquitetura temporal das escolas públicas, sem deixar de considerar a importância dos grupos escolares, o corpus documental a partir do qual se realizou o estudo foi composto por fontes da legislação educacional concernentes ao estado de São Paulo (leis e decretos que regulamentam, reformam, (re)organizam a instrução pública), textos de revistas pedagógicas publicadas em São Paulo, a saber: A Escola Pública (1895 a 1897), Revista de Ensino (1902 a 1919), Revista Escolar (1925 a 1927) e Revista Educação (1927 a 1929) e relatórios dos inspetores. Tendo em vista que a organização do tempo consiste em um dos elementosconstitutivos da cultura escolar, entende-se que em momentos diferentes, os sistemas de referências temporais, tal como a cultura escolar, se modificam e se transformam, já que os princípios que integram e regulam as atividades escolares, conforme Julia (2001), por se relacionarem a finalidades religiosas, sociopolíticas ou de socialização, por exemplo, também se alteram. Apoiada nas contribuições de Certeau e de Chartier, além de teóricos como ) Frago, Julia, Vincent, que tratam especificamente da cultura escolar, o estudo permitiu perceber que houve uma tentativa crescente de se controlar o trabalho e, principalmente, o tempo dos professores e dos alunos, impondo uma mudança na relação desses não só com a escola, mas com o próprio tempo. A gradativa difusão do ensino simultâneo pela escola graduada (grupos escolares) desencadeia uma racionalização do tempo na escola tanto no âmbito do calendário quanto da organização do dia de aula, racionalização essa aliada ao ideal de uniformização do funcionamento das escolas. Assim, procurou-se estabelecer calendários e propostas de estruturação do dia de aula com a especificação das disciplinas e atividades a serem dadas e o tempo a ser consagrado a cada uma delas para todos os tipos de escolas, ignorando-se até meados de 1910, a localidade e a situação precária dessas. Se é verdade que muitas foram as maneiras encontradas pelo Estado para prescrever o modo ideal de organizar o tempo escolar, de modo particular alegislação, seja no âmbito do calendário seja no âmbito da distribuição diária do tempo, não é menos verdade que as prescrições quase sempre eram muito debatidas e questionadas não só pelos legisladores, mas, principalmente pelos inspetores, diretores, professores e pais; eram, inclusive, reinventadas de forma especial pelos professores
- Imprenta:
- Data da defesa: 28.11.2003
-
ABNT
GALLEGO, Rita de Cássia. Uso(s) do tempo: a organização das atividades de alunos e professores nas escolas primárias paulistas (1890-1929). 2003. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. . Acesso em: 19 abr. 2024. -
APA
Gallego, R. de C. (2003). Uso(s) do tempo: a organização das atividades de alunos e professores nas escolas primárias paulistas (1890-1929) (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. -
NLM
Gallego R de C. Uso(s) do tempo: a organização das atividades de alunos e professores nas escolas primárias paulistas (1890-1929). 2003 ;[citado 2024 abr. 19 ] -
Vancouver
Gallego R de C. Uso(s) do tempo: a organização das atividades de alunos e professores nas escolas primárias paulistas (1890-1929). 2003 ;[citado 2024 abr. 19 ] - Tempo, temporalidades e ritmos nas escolas primárias públicas em São Paulo: heranças e negociações (1846-1890)
- Tempo social e tempos vividos: as narrativas autobiográficas e seus marcadores temporais
- Horizontes: dossiê educação infantil
- As (auto)biografias são marcadas... [Apresentação]
- O processo de institucionalização da escola primária e a profissionalização docente em São Paulo: uma análise dos relatórios produzidos por professores (1853-1890)
- Deolinda de Paula Machado Fagundes: transgressões de identidades e inovação no ensino primário - (Campinas e São Paulo, anos de 1870 a 1890)
- Ninguém fica para trás em práticas de leitura e escrita
- O que e como ensinar?: a arquitetura de tempos, ritmos e rituais de ensinar e aprender nas escolar primárias paulistas (1846-1890)
- Tempo, temporalidades e ritmos nas escolas públicas em São Paulo e a construção da cultura escolar primária (1846-1890)
- As discussões sobrea organização do tempo no processo de institucionalização da escola primária paulista?: uma análise a partir dos relatórios de professores (1853-1890)
How to cite
A citação é gerada automaticamente e pode não estar totalmente de acordo com as normas