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Reprodução social, prática alimentar e estado nutricional de crianças (estudo populacional no município de Itupeva, SP) (2003)

  • Authors:
  • Autor USP: LAURENTI, DANIELA - EE
  • Unidade: EE
  • Sigla do Departamento: ENS
  • Subjects: ALIMENTAÇÃO; ESTADO NUTRICIONAL; CRIANÇAS; GRUPOS SOCIAIS
  • Language: Português
  • Abstract: A alimentação nos primeiros anos de vida tem papel fundamental na saúde da criança, especialmente no processo de crescimento e desenvolvimento, com importantes reflexos na vida futura. Nessa fase da vida as necessidades nutricionais são muito elevadas, tornando a criança extremamente vulnerável aos agravos nutricionais, bem como as práticas alimentares inadequadas provavelmente estarão associadas às principais morbidades que acometem a criança, elevando o risco de morrer. Tendo em vista que o ato de alimentar-se ocorre em ambiente social, comumente o familiar, e que a prática alimentar infantil varia amplamente nas diferentes famílias, influenciando diretamente o estado nutricional infantil, este estudo transversal, de base populacional, teve como objetivo, caracterizar a prática alimentar e o estado nutricional de 261 crianças menores de dois anos, residentes no município de Itupeva, SP, segundo as formas de reprodução social de suas famílias. Tomando como base um modelo teórico hierarquizado, construíram-se perfis centrados na categoria da reprodução social que possibilitaram o reconhecimento de três grupos sociais homogêneos (GSH's). A prática alimentar foi caracterizada considerando o perfil de aleitamento materno, classificado segundo os critérios da OMS/OPAS e a alimentação de transição, avaliada de acordo com os grupos de alimentos. O estado nutricional, foi avaliado através da adequação dos índices altura/idade (A/I) e peso/altura (P/A), expressosem termos de escore Z e percentis. A anemia foi caracterizada através da concentração de hemoglobina (Hb) sangüínea. As crianças que compuseram o GSH1 (19,2%) pertenciam a famílias com adequadas formas de trabalhar, que possibilitaram um padrão diferenciado de consumo e um melhor uso do espaço geo-social. Já as famílias que compuseram o GSH2 (36,4%) apresentaram, apesar da precariedade da renda, uma certa qualificação para as formas de trabalhar, ) configurando um certo equilíbrio e a possibilidade de aperfeiçoamento de suas formas de viver. O mesmo não ocorreu com o GSH3 (44,4%), cujas famílias apresentaram uma precária inserção no trabalho e conseqüentemente não atingiram um padrão de consumo qualificado. Os padrões de aleitamento materno não diferiram significativamente entre os GSH's (p>0,05), porém o GSH3 apresentou os menores percentuais de AME, enquanto em relação ao AMP, equiparou-se ao GSH1. Maior proporção de crianças do GSH1 encontravam-se em AMCTO. O perfil de aleitamento materno, analisado por curva de sobrevida, mostrou que no momento da entrevista, 41% das crianças estavam sendo amamentadas, não diferindo estatisticamente entre os GSH's (p=0,31). A idade média de introdução dos alimentos distribuiu-se de forma similar nos três GSH's (p>0,05). Não se observou diferença significativa entre os GSH's, em relação à freqüência de consumo dos alimentos, analisados por grupos, exceto para o GSH3 que consumiu significativamente menos carneque os demais GSH's (p<0,05) e apresentou consumo diário de caldo de carne significativamente menor que os demais GSH's (p<0,05). As crianças do GSH2 e GSH3 consumiam mais alimentos do Grupo de Cereais e Feculentos que as do GSH1 e as do GSH3 consumiam também menos alimentos do Grupo das Hortaliças e do Grupo das Frutas, em relação aos demais GSH's. Proporção significativamente menor de mães do GSH3 (p<0,05) receberam informações sobre prática alimentar infantil durante as consultas de puericultura, reforçando a precariedade de sua inserção social. Não se verificou diferença estatisticamente significativa entre os grupos sociais (p>0,05), nem quanto à desnutrição crônica ou aguda, nem em relação à obesidade. O total de desnutridos crônicos concentrava-se no GSH2 e GSH3, da mesma forma que a proporção de crianças em risco de desnutrição crônica. As crianças com desnutrição aguda concentravam-se ) apenas no GSH2, que também apresentou maior proporção de crianças em risco de desnutrição aguda. As crianças obesas ou com risco para obesidade concentravam-se no GSH1. A prevalência de anemia foi de 41,6%, não diferindo estatisticamente entre os GSH's (p>0,05). No geral, os resultados obtidos não constataram associação significativa entre a prática alimentar e o estado nutricional das crianças estudadas com os perfis de reprodução social de suas famílias, expressos nos três GSH's. Entretanto, não há como se desconsiderar ou subestimar o papel da determinação socialdo processo saúde-doença. Assim, sugere-se a realização de novas investigações, com o aprimoramento das técnicas tanto para a identificação dos perfis de reprodução social, quanto para a caracterização da prática alimentar e do estado nutricional infantil
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 28.04.2003

  • How to cite
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    • ABNT

      LAURENTI, Daniela. Reprodução social, prática alimentar e estado nutricional de crianças (estudo populacional no município de Itupeva, SP). 2003. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. . Acesso em: 24 abr. 2024.
    • APA

      Laurenti, D. (2003). Reprodução social, prática alimentar e estado nutricional de crianças (estudo populacional no município de Itupeva, SP) (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Laurenti D. Reprodução social, prática alimentar e estado nutricional de crianças (estudo populacional no município de Itupeva, SP). 2003 ;[citado 2024 abr. 24 ]
    • Vancouver

      Laurenti D. Reprodução social, prática alimentar e estado nutricional de crianças (estudo populacional no município de Itupeva, SP). 2003 ;[citado 2024 abr. 24 ]

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