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Das células-tronco ao ovócito: fases iniciais da ovogênese nas castas Apis mellifera (2002)

  • Authors:
  • Autor USP: TANAKA, ÉRICA DONATO - FFCLRP
  • Unidade: FFCLRP
  • Sigla do Departamento: 592
  • Subjects: ABELHAS; CITOESQUELETO; ENTOMOLOGIA
  • Language: Português
  • Abstract: A rainha de Apis mellifera é responsável pela produção contínua de grandes quantidades de ovos. Além de garantir a população de sua colméia, a presença da rainha, e de seu feromônio, causa a esterilidade funcional das demais operárias, inativando os ovários das mesmas. Esta situação pode ser revertida em casos de orfandade, onde as operárias sofrem a ausência de uma rainha. Desta maneira, as operárias ativam os seus ovários e passam a produzir ovos haplóides que originam zangões. Uma rainha é capaz de produzir até 1500 ovos por dia e, para isso, possui em cada um dos seus ovários cerca de 180-200 ovaríolos, com a ovulação acontecendo a cada 3-5 horas. Já as operárias possuem apenas 2-10 ovaríolos funcionais. Os ovaríolos de abelhas são do tipo meroístico politrófico significando que cada ovócito é nutrido por um conjunto de trofócitos. O ovócito e os trofócitos são células-irmãs, descendentes de um mesmo cistoblasto que sofre sucessivas divisões celulares incompletas, que permanecem em contato umas com as outras através de pontes intercelulares. Ao longo da ovogênese, o ovócito se diferencia dos trofócitos e estes passam a ter funções nutridoras dentro do folículo. O citoesqueleto de microtúbulos e microfilamentos tem um papel importante na determinação e diferenciação do ovócito. O nosso objetivo foi estudar a histologia geral, a organização do citoesqueleto e a proliferação das células germinativas em rainhas virgens e fecundadas e em operárias criadas na presença e naausência de rainha, com a finalidade de esclarecer e comparar os processos dinâmicos da ovogênese. Através de análises histológicas, nós observamos no filamento terminal dos ovaríolos de rainhas de Apis mellifera a presença de um segundo tipo celular que difere totalmente das células somáticas típicas deste filamento. Estas novas células possuíam características que suportam a idéia de que sejam células-tronco germinativas. Elas encontra- ) vam-se agrupadas e intercaladas entre as células somáticas do filamento terminal, apresentando formato arredondado, núcleo grande e citoplasma pouco diferenciado. A hipótese de que estas células são células-tronco germinativas pode ser reforçada, ainda, pela forte marcação de BrdU detectada nos dois tipos celulares do filamento terminal. Isto difere totalmente de Drosophila melanogaster que é o modelo de ovário meroístico politrófico mais conhecido, e que possui apenas duas células-tronco germinativas localizadas no ápice do germário e filamento terminal com células somáticas não proliferativas; Assim como nas observações de histologia geral, nas análises de tubulina por imunocitoquímica, notou-se diferenças no citoesqueleto das células somáticas e das supostas células germinativas nos filamentos terminais. Estas apresentavam uma forte concentração de ß - e 'gama'- tubulina nos núcleos e nos nucléolos, este tipo de marcação foi observado em todas as células germinativas ao longo do germário. Um dos principais pontos dedeterminação e diferenciação do ovócito das demais células é a presença de um centro organizador de microtúbulos. A presença desta organela foi supostamente detectada por imunofluorescência com anticorpo anti- 'gama'- tubulina em todas as regiões do germário de rainhas e operárias de Apis mellifera. A presença de ß-tubulina na região perinuclear e nos nucléolos é uma característica interessante que recentemente tem sido relacionada com células altamente : proliferativas. A detecção de ß-tubulina nestas localidades nas células germinativas de Apis corrobora o que vem sendo afirmado atualmente. Um fato que nos chamou a atenção foi a coincidência de localização entre 'gama'- e ß-tubulina que deixou em aberto várias outras questões pertinentes a estas proteínas. F-actina foi detectada nos polifusomas, nos canais em anel, no córtex celular (associada às membranas plasmáticas) e em ) algumas células do filamento terminal. Estes resultados são semelhantes aos de outros himenópteros, mas diferem de Drosophila onde F-actina só é detectada nos canais em anel, não aparecendo nos fusomas. Nas abelhas melíferas analisadas, pudemos observar uma série de características que distinguem a organização ovariana daquela encontrada em Drosophila, principalmente no que diz respeito às possíveis células-tronco germinativas. Na comparação entre rainhas e operárias, consideramos notável o fato que ambas as castas mantiveram o seu ritmo de divisão e formação de folículos pré-vitelogênicos,independente da oviposição acontecer ou de acordo com sua condição reprodutiva. No caso das operárias criadas na presença de rainha, a ovogênese se mostrou apenas mais lenta não alcançando o estágio de vitelogênese
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 11.11.2002

  • How to cite
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    • ABNT

      TANAKA, Érica Donato. Das células-tronco ao ovócito: fases iniciais da ovogênese nas castas Apis mellifera. 2002. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2002. . Acesso em: 19 set. 2024.
    • APA

      Tanaka, É. D. (2002). Das células-tronco ao ovócito: fases iniciais da ovogênese nas castas Apis mellifera (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Tanaka ÉD. Das células-tronco ao ovócito: fases iniciais da ovogênese nas castas Apis mellifera. 2002 ;[citado 2024 set. 19 ]
    • Vancouver

      Tanaka ÉD. Das células-tronco ao ovócito: fases iniciais da ovogênese nas castas Apis mellifera. 2002 ;[citado 2024 set. 19 ]


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