Televisão objeto: a crítica e suas questões de método (2002)
- Autores:
- Autor USP: BUCCI, EUGENIO - ECA
- Unidade: ECA
- Sigla do Departamento: CJE
- Assuntos: TELEVISÃO; SEMIOLOGIA DA TELEVISÃO; RECEPÇÃO; PSICANÁLISE
- Idioma: Português
- Resumo: Esta tese realiza uma descrição da televisão como objeto de crítica e lança proposições de método para essa mesma crítica. Partindo da demonstração de que a televisão, por meio da instância da imagem ao vivo, constitui o telespaço público na contemporaneidade, explica por que, aí no telespaço público, a racional idade não é premissa obrigatória para a comunicação. O sujeito que aí se move é o sujeito do inconsciente, duplamente faltante (a falta duplamente): ele foi arrancado de seu gozo, na perspectiva psicanalítica, e alienado de seu trabalho, na perspectiva do materialismo histórico. Nesse sentido, a comunicação posta pela televisão é vista antes como laço social, como a própria língua, daí a dizer que a televisão funciona como língua, e só em segundo plano como ferramenta para o atingimento de fins na ação dos sujeitos em sociedade. Como se vê desde já, a tarefa aqui empreendida é a de tomar compatíveis entre si as influências de ciências cujos objetos não se tocam nem se reconhecem, a saber: a sociologia, ou melhor, uma sociologia em particular, aquela que se especializou no conceito de espaços públicos, a teoria psicanalítica, que lida com o inconsciente, além da lingüística, que tem nos signos e na língua o seu foco central. Essa tarefa teórica se justifica porque o campo da comunicação, que não se confunde com o campo da sociologia, nem com o campo da teoria psicanalítica, nem com o campo da lingüística, alimenta-se deles e, ao mesmo tempo, busca suaautonomia epistemológica. ) Avizinha-se deles e, ao mesmo tempo, tem como objeto aquilo que a eles é uma exterioridade ou um meio: a comunicação. Desse modo, ao descrever o objeto televisão, esta tese contribui para demarcar a autonomia do campo da comunicação. Por fim, esta tese localiza a emergência de uma nova forma histórica da ordem do imaginário, a de imaginário superindustrial, que é um indicador da contemporaneidade. Aí, a fabricação das significações sociais é uma atividade regida pela exploração do trabalho e pela apropriação, pelo capital, do olhar social. A imagem é, portanto, estudada como mercadoria e como suporte de valor. Seu valor de troca é condicionado pelo gozo imaginário que ela promete e, em parte, proporciona. A imagem (seja a imagem da mercadoria ou mesmo a imagem como mercadoria) carrega valor de gozo. A televisão, tal como ela é descrita ao longo desta tese, deixa ver os mecanismos da produção do valor de gozo. A partir disso, a crítica de televisão é proposta não como avaliação estética de quadros isolados na programação, mas como uma crítica profunda da comunicação, que se realiza ao ter referências, de um lado, o capitalismo superindustrial e, de outro, a crise do sujeito contemporâneo
- Imprenta:
- Data da defesa: 29.05.2002
-
ABNT
BUCCI, Eugênio. Televisão objeto: a crítica e suas questões de método. 2002. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. . Acesso em: 23 abr. 2024. -
APA
Bucci, E. (2002). Televisão objeto: a crítica e suas questões de método (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. -
NLM
Bucci E. Televisão objeto: a crítica e suas questões de método. 2002 ;[citado 2024 abr. 23 ] -
Vancouver
Bucci E. Televisão objeto: a crítica e suas questões de método. 2002 ;[citado 2024 abr. 23 ] - Caso Radiobrás: o compromisso com a verdade no jornalismo de uma empresa pública
- A superindústria do imaginário e o vazio da coragem
- Pandemia e protestos na instância da imagem ao vivo
- Muito além do espetáculo
- Notas sobre os movimentos sociais, as manifestações de junho de 2013 e a opinião pública
- Meu pai, meus irmãos e o tempo
- William Bonner para presidente?
- Igreja, Estado e certas circunstâncias
- Meu corpo, meu oponente
- Mídia privada, mídia pública e intervenções do Estado brasileiro: distinções conceituais
Como citar
A citação é gerada automaticamente e pode não estar totalmente de acordo com as normas