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Estudo morfofuncional do sistema digestivo de Haematopinus suis (Linnaeus, 1758) (Phthiraptera, Anoplura) (2002)

  • Authors:
  • Autor USP: GONÇALVES, ERICSON KUBRUSLY - IB
  • Unidade: IB
  • Sigla do Departamento: BIO
  • Subjects: INSETOS; SISTEMA DIGESTÓRIO
  • Language: Português
  • Abstract: Este trabalho apresenta um estudo detalhado do sistema digestivo do Haematopinus suis (Phthiraptera, Anoplura), num enfoque morfofuncional. Do ponto de vita anatômico, o tubo digestivo é constituído por um intestino anterior (IA), um intestino médio ou ventrículo (IM) e um intestino posterior (IP). O IA, após a cavidade bucal, é formado pelo esôfago e um proventrículo bastante dilatado. O IM continua-se a partir do proventrículo, com o mesmo diâmetro deste e, gradualmente, torna-se mais delgado. No terço final do abdômen, curva-se numa sinosidade em forma de "s" e termina onde estão inseridos os túbulos de Malpighi. O IP segue num trajeto retilíneo, passando por papila retal, reto e ânus. Visto pela microscopia de luz, o IA é formado por um epitélio pavimentoso simples revestido por cutícula. Aproximadamente na região central do tórax, o epitélio forma uma evaginação que circunda todo o diâmetro do tubo, sem, contudo, caracterizar um esfíncter. A partir dessa evaginação inicia-se o IM, onde ocorrem os principais eventos da digestão. Nessa região do intestino, também formada por um epitélio simples, pode-se identificar apenas um tipo celular, o enterócito. Pela morfologia do epitélio, células altas, normalmente com extremidades afiladas, ladeadas por células de morfologia pavimentosa. No intestino médio central (IMC), encontramos células colunares, cúbicas (predominantes) e pavimentosas, enquanto que o intestino médio posterior (IMP) é recoberto por célulaspredominantemente cúbicas. O intestino posterior é constituído por epitélio cúbico simples recoberto por cutícula, que, na região da papila retal, torna-se pavimentoso. Com a finalidade de evidenciar a possível presença de uma membrana peritrófica na luz do IM, cortes histológicos dessa região foram incubados com WGA ("wheat germ agglutinin") conjugado com fluoresceína, na presença de N-acetilglicosamina livre, tornando a reação específica para a quitina. ) Quando observadas ao microscópio confocal, essas preparações não mostraram uma reação de fluorescência significante que pudesse ser indicativa da existência de uma membrana peritrófica estruturada. No entanto, não ficou descartada a existência de um gel peritrófico. Observadas pela microscopia eletrônica de transmissão e de varredura, as células do IM apresentam a superfície apical modificada na forma de microvilosidades bem diferenciadas. Não foi detectada a existência de uma membrana perimicrovilar similar à existente entre os Hemiptera. A membrana plasmática, nas suas superfícies laterias, estão unidas por junções septadas lisas e apresentam muitas interdigitações. A membrana plasmática basal exibe, por sua vez, diversas invaginações, formando uma rede de canalículos com mitocôndrias associadas. No IMP, essa rede assume maior complexidade e apresenta um número ligeiramente superior de aberturas em direção à lâmina basal, podendo indicar um maior potencial de tomada, pelo epitélio, de íons e água a partir dahemolinfa. As mitocôndrias, arredondadas ou ovais, são grandes e abundantes. Embora sejam mais numerosas no citoplasma apical, localizam-se também no citoplasma basal, em associação com as invaginações da membrana plasmática. O núcleo tem forma freqüentemente oval. A carioteca circunscreve um nucleoplasma de baixa eletrondensidade, com alguns grumos pequenos de cromatina e um nucléolo bem evidente. Com relação à atividade secretora do epitélio, observamos nas regiões IMA e IMC, uma grande quantidade de retículo endoplasmático granular, várias áreas de Golgi e grândulos de secreção brotando das extremidades das microvilosidades dos enterócitos, num processo de secreção do tipo microapócrino. Alguns anterócitos do IMA e IMC, possuem bactérias simbiontes no interior do citoplasma, sendo denominados micetócitos. O crescimento das bactérias, leva a um aumento no tamanho das células e a alterações significativas na sua ultra-estrutura, particularmente com relação ao número de mitocôndiras, bastante maior, e a uma hipertrofia do retículo endoplasmático granular. Num estágio mais avançado de maturação, parece ocorrer a fusão da membrana plasmática com a que reveste o conjunto de bactérias. Isso promove um gradual descobrimento das bactérias, que parecem ser eliminadas "in totum" para a luz intestinal, com a célula retornando a sua morfologia inicial. A análise bioquímica de homogenados de tubos disgetivos para detecção de hidrolases digestivas, mostrou apresença de tripsina, cisteína proteinase, aminopeptidase, 'alfa'-glicosidase e quimotripsina. A maior atividade enzimática foi detectada para tripsina, tendo sido evidenciadas formas solúveis e também associadas a membranas, o mesmo ocorrendo com sisteína proteinase. Já aminopeptidase é, provavelmente, restrita à membrana plasmática, enaqunto que 'alfa'-glicosidase e quimotripsina são pedominantemente solúveis
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 24.04.2002

  • How to cite
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    • ABNT

      GONÇALVES, Ericson Kubrusly. Estudo morfofuncional do sistema digestivo de Haematopinus suis (Linnaeus, 1758) (Phthiraptera, Anoplura). 2002. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. . Acesso em: 23 abr. 2024.
    • APA

      Gonçalves, E. K. (2002). Estudo morfofuncional do sistema digestivo de Haematopinus suis (Linnaeus, 1758) (Phthiraptera, Anoplura) (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Gonçalves EK. Estudo morfofuncional do sistema digestivo de Haematopinus suis (Linnaeus, 1758) (Phthiraptera, Anoplura). 2002 ;[citado 2024 abr. 23 ]
    • Vancouver

      Gonçalves EK. Estudo morfofuncional do sistema digestivo de Haematopinus suis (Linnaeus, 1758) (Phthiraptera, Anoplura). 2002 ;[citado 2024 abr. 23 ]

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