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Influência das ceras epicuticulares foliares de espécies do cerrado na atividade forrageira da saúva (Atta sexdens) L (2001)

  • Autores:
  • Autor USP: MIMURA, MARIA REGINA MARTINS - IB
  • Unidade: IB
  • Sigla do Departamento: BIB
  • Assunto: CERRADO
  • Idioma: Português
  • Resumo: Atta sexdens L. (saúva) é um dos mais potentes herbívoros dos trópicos. Sua habilidade em cultivar fungos como alimento é que lhe confere o título de herbívoro porque necessita de material vegetal fresco para isso. A coleta de substrato para cultivo desse fungo é enorme, embora a saúva selecione as espécies vegetais. Vários fatores parecem interagir para essa coleta seletiva tais como, a escleromorfia e as defesas químicas (p. ex. metabólitos secundários). As ceras epicuticulares são responsáveis por várias funções tais como, evitar a desidratação e proteger o vegetal de componentes abióticos, como a radiação UV, e também de fatores bióticos. Além disso, elas fornecem pistas sobre a qualidade do alimento a insetos herbívoros. Por constituir a primeira barreira de contato com eles, as ceras devem influenciar o comportamento forrageiro das saúvas. Neste trabalho foram avaliadas a composição da cera epicuticular de espécies características do cerrado e a influência desta e de suas frações no comportamento forrageiro de Atta sexdens através de bioensaios do tipo "Pick up". Foram extraídas as ceras epicuticulares de Annona dioica, Aristolochia esperanzae, Arrabidea brachypoda, Aspidosperma tomentosum, Caryocar brasiliense, Kielmeyera coriacea, Ouratea spectabilis e Tocoyena formosa. A extração foi feita com clorofórmio e para a separação dos seus constituintes se utilizou cromatografia em coluna e em camada delgada com diferentes fases móveis. Para identificação dasfrações separadas utilizou-se cromatógrafo à gás acoplado a um espectrômetro de massas. Foram separadas e identificadas as frações parafínicas, de ésferes, cetônica, de álcoois primários, de ácidos e de triterpenóides. Em Annona dioica e Ouratea spectabilis o principal componente foi a fração parafínica. Aristolochia esperanzae apresentou principalmente cetonas e as demais espécies analisadas possuíam uma grande porcetagem de triterpenóides na ) composição de sua cera. Foram extraídos e analisados os alcanos de todas as espécies coletadas. Eles se caracterizaram, como na maioria das angiospermas, pela presença de 'C IND. 29' e 'C IND. 31'. Aspidosperma tomentosum apresentou tendência ao alongamento da cadeia carbônica e Kielmeyera coriacea e Ouratea spectabilis pela presença de homólogos de cadeias curtas 'C IND. 16'-'C IND. 23'. Os ésteres de Annona dioica e Kielmeyera coriacea difereriam nos seus ácidos e álcoois. Hentriacontanona foi o único homólogo existente na fração cetônica de Aristolochia esperanzae. Os triterpenóides encontrados foram lupeol, 'alfa'- e 'beta'-amirinas em Aspidosperma tomentosum, Caryocar brasiliense, Kielmeyera coriacea e Ouratea spectabilis; eritrodiol e uvaol apareceram em Aspidosperma tomentosum; ácido ursólico e oleanólico foram isolados de Tocoyena formosa. A preferência da saúva foi avaliada através de bioensaios do tipo "Pick up". A cera bruta e seus componentes foram adsorvidos em flocos de arroz desengordurados comclorofórmio na proporção de 0,5%. O teste foi encerrado cada vez que o trigésimo floco era coletado (ou do controle, ou do testado). Foram feitos, para cada experimento, 6 bioensaios em 3 dias consecutivos, de manhã e de tarde. Houve uma diferença na coleta dos flocos impregnados com cera bruta, sendo que Caryocar brasiliense apresentou um extrato bruto da cera mais dissuasor e Aspidosperma tomentosum foi o extrato menos repelente. Flocos adsorvidos com parafinas exerceram, na maioria das vezes, atividade, embora esta não fosse significativa, como em Annona dioica e nas amostras autênticas de 'C IND. 19' e 'C IND. 40'. As colônias apresentaram maior repelência à parafina de Kielmeyera coriacea; a de Ouratea spectabilis apresentou atratividade nos primeiros bioensaios e depois repelência, mostrando uma rejeição tardia. A. tomentosum apresentou fração parafínica intermediariamente repelente. ) A atividade dissuasora de cada parafina provavelmente ocorre pelo sinergismo de homólogos de diferentes tamanhos de cadeia carbônica. Os ésteres analisados diferem em sua atividade dissuasora; os flavonóides e ácidos graxos livres testados não causaram comportamento de repelência significativo; os bioensaios com a hentriacontanona originaram um índice de repelência intermediário. Dos componentes da cera epicuticular, os triterpenóides foram os que mais influenciaram o comportamento seletivo de A. sexdens; as frações triterpenoídicas compostas de 'alfa'- e'beta'-amirinas e lupeol, corroboraram os dados de literatura que as consideram como francamente dissuasoras. Os ácidos ursólico e oleanólico ao contrário não exerceram grande atividade dissuasora no comportamento forrageador de A. sexdens. Comparando todas as frações, os triterpenóides revelaram-se os mais dissuasores, sendo 'alfa'- e 'beta'-amirinas e lupeol os que se mostraram mais ativos. Entretanto, a fração de ésteres de Kielmeyera coriacea foi a que apresentou o maior poder dissuasor de todas as frações analisadas em todas as espécies coletadas
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 27.04.2001

  • Como citar
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    • ABNT

      MIMURA, Maria Regina Martins. Influência das ceras epicuticulares foliares de espécies do cerrado na atividade forrageira da saúva (Atta sexdens) L. 2001. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. . Acesso em: 24 abr. 2024.
    • APA

      Mimura, M. R. M. (2001). Influência das ceras epicuticulares foliares de espécies do cerrado na atividade forrageira da saúva (Atta sexdens) L (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Mimura MRM. Influência das ceras epicuticulares foliares de espécies do cerrado na atividade forrageira da saúva (Atta sexdens) L. 2001 ;[citado 2024 abr. 24 ]
    • Vancouver

      Mimura MRM. Influência das ceras epicuticulares foliares de espécies do cerrado na atividade forrageira da saúva (Atta sexdens) L. 2001 ;[citado 2024 abr. 24 ]

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