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Avaliação clínico-patológica na epilepsia do lobo temporal: papel da reorganização sináptica e de calcificações cicticercóticas intraparenquimatosas na gênese das crises (2000)

  • Authors:
  • Autor USP: BUSTAMANTE, VERA CRISTINA TERRA - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RNP
  • Assunto: NEUROLOGIA
  • Language: Português
  • Abstract: A epilepsia do lobo temporal é a forma de epilepsia de difícil controle mais frequentemente encontrada. Na maioria dos casos encontra-se associada à esclerose hipocampal, e a sua ressecção leva ao controle das crises. Os achados anátomo-patológicos normalmente referidos são perda celular específica em alguns subcampos do hipocampo, especialmente na camada CA1 e relativa preservação em outros, como CA2 e subículo. Tem sido descrita ainda marcação anormal pelo método do neo-Timm em hipocampos de pacientes com epilepsia do lobo temporal e esclerose hipocampal, decorrente do brotamento neuronal presente nesta estrutura. Pacientes com crises originadas no lobo temporal, secundárias e tumores ou displasias apresentam perda celular mais discreta no hipocampo do que a normalmente observada na típica síndrome da esclerose mesial temporal. No entanto, existem dúvidas se todas as lesões extra-hipocampais teriam o mesmo potencial em desencadear perda celular e brotamento neuronal no hipocampo, ou se algumas lesões poderiam ocorrer de forma coincidente. Um exemplo disto seria a ocorrência de calcificações neurocisticercóticas associadas à esclerose hipocampal. Não se sabe ainda ao certo o papel de estruturas adjacentes ao hipocampo, como o córtex entorrinal, na etiologia das crises epilépticas embora alguns autores tenham mostrado amplas conexões entre estas estruturas. Neste estudo foram avaliados pacientes com o diagnóstico de epilepsia comenvolvimento do lobo temporal associada à esclerose hipocampal ou decorrente de outras patologias. Foram analisados três grupos de acordo com os achados de neuroimagem constituídos de pacientes com epilepsia do lobo temporal com esclerose hipocampal isolada (EH), pacientes com esclerose hipocampal e neurocisticercose associada (NCC) e pacientes com epilepsias que envolviam o lobo temporal, mas sem esclerose hipocampal (NEH). Foram estudados os achados clínicos e eletrográficos dos ) três grupos, além dos achados anátomo-patológicos analisando-se o hipocampo e o córtex entorrinal. Os dados anátomo patológicos foram baseados na densidade neuronal e intensidade de coloração pelo método histoquímico do neo-Timm em subcampos do hipocampo e do córtex entorrinal (CE). Para fins de comparação foram utilizados casos de necrópsia de pacientes atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP), sem história de doença neurológica ou epilepsia (CONT). Não houve diferenças estatisticamente significativas nos achados clínicos e eletrográficos entre os grupos EH e NCC. Não foram observadas diferenças estatísticas significativas entre osgrupos EH e NCC nos achados anátomo-patológicos considerando-se o hipocampo e o CE. No grupo NEH observou-se idade mais precoce para o início das crises epilépticas e realização mais precoce da cirurgia. Na maioria dos subcampos estudados, estes pacientes apresentaram densidade neuronal maior e menores valores deintensidade de cinza do que os pacientes dos grupos EH e NCC, estando mais próximos do observado nos casos CONT. A análise do CE revelou contagem neuronal semelhante nos quatro grupos estudados, havendo uma maior intensidade de cinza nos grupos EH e NCC, quando comparados aos grupos NEH e CONT. NEH apresentou, na maioria das vezes, intensidades de cinza intermediárias. Estes achados sugerem que o hipocampo não deva sera única estrutura envolvida no desenvolvimento da epilepsia do lobo temporal, uma vez que um padrão de marcação anômalo foi observado no CE de pacientes com epilepsia do lobo temporal, embora não se tenha observado perda neuronal associada. Por outro lado, a presença da neurocisticercose aparentemente não altera o curso natural clínico, os padrões eletrográficos e as alterações anátomo-patológicas da epilepsia do lobo temporal mesial. Estes dados sugerem que a neurociticercose possa ser um achado ) fortuito neste grupo de pacientes, não contribuindo para a ocorrência das crises epilépticas
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 15.09.2000

  • How to cite
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    • ABNT

      BUSTAMANTE, Vera Cristina Terra. Avaliação clínico-patológica na epilepsia do lobo temporal: papel da reorganização sináptica e de calcificações cicticercóticas intraparenquimatosas na gênese das crises. 2000. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2000. . Acesso em: 19 set. 2024.
    • APA

      Bustamante, V. C. T. (2000). Avaliação clínico-patológica na epilepsia do lobo temporal: papel da reorganização sináptica e de calcificações cicticercóticas intraparenquimatosas na gênese das crises (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Bustamante VCT. Avaliação clínico-patológica na epilepsia do lobo temporal: papel da reorganização sináptica e de calcificações cicticercóticas intraparenquimatosas na gênese das crises. 2000 ;[citado 2024 set. 19 ]
    • Vancouver

      Bustamante VCT. Avaliação clínico-patológica na epilepsia do lobo temporal: papel da reorganização sináptica e de calcificações cicticercóticas intraparenquimatosas na gênese das crises. 2000 ;[citado 2024 set. 19 ]


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