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Estudo sobre a identificação de Bunyavirus brasileiros através da reação em cadeia pela polimerase (RT-PCR e Nested-PCR) (2000)

  • Authors:
  • Autor USP: MORELI, MARCOS LAZARO - FMRP
  • Unidade: FMRP
  • Sigla do Departamento: RPM
  • Assunto: IMUNOLOGIA
  • Language: Português
  • Abstract: Dezenas de vírus da família Bunyaviridae, do gênero Bunyavirus existem no Brasil, mantidos como zoonoses silvestres transmitidas por mosquitos. Alguns sorogrupos de Bunyavirirs possuem agentes causadores de doença humana, vírus Caraparu (sorogrupo C), vírus Guaroa (sorogrupo California) e vírus Oropouche (sorogrupo Simbu). O vírus Oropouche é o causador da segunda maior arbovirose de importância em saúde pública no Brasil, produzindo extensas epidemias de doença febril aguda na Região Amazônica e só perdendo para o dengue em número de casos notificados por ano. Os Bunyavirus, medem de 80 a 120 nm, possuem envoltórios glicoprotéicos dos quais emergem projeções glicoprotéicas na superfície. Possuem 3 segmentos de RNA esféricos de fita simples, L, M e S com polaridade negativa (RNAc), os quais codificam respectivamente a polimerase cap-dependente associada ao virion, as 2 glicoproteínas de superficie (Gl e G2), a proteína do Nucleocapsídeo (N), e uma proteína não estrutural (NSs). Neste trabalho, foram estudados 26 vírus da família Bunyaviridae, na sua maioria brasileiros, sendo 22 pertencentes ao gênero Bunyavirus, 3 ao gênero Phlebovir:is e o vírus Belém, não agrupado quanto a gênero e a sorogrupo. Os vírus, cultivados em células de mosquitos e presentes no cérebro de camundongos infectados, tiveram o RNA extraído e foram testados por RT-PCR utilizando "primers" BUN, os quais, anelam-se às extremidades do segmento S dos Bunyavirus. Conseguiu-se,provavelmente, amplificar nucleotídios de todo o segmento S, com base em amplicons de tamanho compatível, de 20 dos 22 Bunyavirus estudados, com exceção dos vírus Catu e Melão. Os vírus Sororoca, Cananéia, Moju e Guajará produziram mais de um amplicon, possivelmente, pela presença de seqüências internas semelhantes às da extremidade do segmento S. A RT-PCR com "primers" BUN mostrou-se específica para o gênero Bunyavirus não tendo amplificado genoma de 3 Bunyaviridae ) pertencentes a outros gêneros. Os amplicons obtidos pela RT-PCR com "primers" BUN não permitiram identificação vírus-específica, ou mesmo sorogrupo-específica, dos 20 vírus analisados. Por isso, decidiu-se processar os amplicons de agentes pertencentes a sorogrupos virais de importância em saúde pública, em uma nested-PCR, utilizando como "primers" internos, o par BBC, previamente reconhecido como específico para os sorogrupos Bunyamwera e Califómia e também selecionou-se os "primers" BS com base na seqüência do segmento S do vírus Oropouche. Pela nested-PCR com primers BBC foi possível obter amplicons de 251 pares de bases (pb), para vírus do sorogrupo Califórnia (Guaroa e encefalite da Califórnia) e Bunyamwera (Maguari a Bunyamwera). Fez exceção o vírus Sororoca, do sorogrupo Bunyamwem, do qual não se obteve amplicon pela nested-PCR com "primers" BBC. Pela nested-PCR com "primers" BS foi possível obter amplicons de 300 pb, para os vírus do sorogrupo Simbu, Oropouche, Jatobal e Manzanilla. Ampliconsnão foram obtidos com Bunyavirus pertencentes a outros sorogrupos que não o Bunyamwera e o California com "primers" BBC e ao Simbu com "primers" BS, sugerindo a especïficidade destes "primers" em nível de sorogrupo . Os amplicons obtidos pela nested-PCR com "primers" BBC e BS foram seqüenciados mostrando alto índice de homologia quando comparados a suas respectivas sequências nucleotídicas de S (93% a 99%). Portanto, a RT-PCR com "primers" BUN seguida da nested-PCR com "primers" BBC e BS, pode ser utilizada na identificação de Bunyavirus dos sorogrupos Bunyamwera, California e Simbu. Desse modo, foi possível classificar o vírus Belém, como um Bunyavirus possivelmente relacionado ao sorogrupo California ou Bunyamwera. Finalmente, visando a avaliar utilidade prática da RT-PCR com "primers" BUN seguida da nested-PCR com "primers" BS no diagnóstico especifico de pacientes infectados com o vírus ) Oropouche, o único agente do grupo Simbu reconhecido como causador de doença humana no Brasil, testou-se 30 amostras séricas humanas oriundas de Oriximiná, PA, das quais isolou-se o vírus em 1996. O genoma do vírus Oropouche, apesar do longo tempo de armazenamento dos soros a uma temperatura inadequada, foi detectado em 10% das amostras tendo as seqüências nucleotídicas alta homologia com a do vírus Oropouche, confirmando a origem específica destes amplicons. Portanto, a RT-PCR com "primers" BUN seguida de nested-PCR com "primers" BS é de grande utilidade prática comométodo de diagnóstico rápido para infecções por vírus Oropouche
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 09.08.2000

  • How to cite
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    • ABNT

      MORELI, Marcos Lázaro. Estudo sobre a identificação de Bunyavirus brasileiros através da reação em cadeia pela polimerase (RT-PCR e Nested-PCR). 2000. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2000. . Acesso em: 25 abr. 2024.
    • APA

      Moreli, M. L. (2000). Estudo sobre a identificação de Bunyavirus brasileiros através da reação em cadeia pela polimerase (RT-PCR e Nested-PCR) (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Moreli ML. Estudo sobre a identificação de Bunyavirus brasileiros através da reação em cadeia pela polimerase (RT-PCR e Nested-PCR). 2000 ;[citado 2024 abr. 25 ]
    • Vancouver

      Moreli ML. Estudo sobre a identificação de Bunyavirus brasileiros através da reação em cadeia pela polimerase (RT-PCR e Nested-PCR). 2000 ;[citado 2024 abr. 25 ]


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