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Determinação dos níveis de toxicidade em peixes marinhos da família Tetraodontidae (Osteichthyes, Teleostei) (1998)

  • Autores:
  • Autor USP: OLIVEIRA, JOACIR STOLARZ DE - IB
  • Unidade: IB
  • Sigla do Departamento: BIF
  • Assunto: FISIOLOGIA ANIMAL
  • Idioma: Português
  • Resumo: Peixes pertencentes à família Tetraodontidae são encontrados principalmente em águas tropicias, sendo popularmente conhecidos como baiacus. Estes peixes possuem 4 dentes na boca (Tetraodontiformes), uma distinta morfologia externa e a propriedade de inflar quando em perigo ou situações de estresse. Geralmente, são considerados venenosos devido à presença de toxinas guanidínicas como a tetrodotoxina (TTX) e a saxitoxina (STX) em vários tecidos corpóreos. Estes peixes adquirem sua toxicidade através da cadeia alimentar ou através de bactérias simbiontes encontradas na sua pele e trato digestivo. O presente trabalho teve como objetivo determinar a variação da toxicidade ao longo dos meses, de duas espécies de baiacus, Sphoeroides spengleri (Bloch, 1785) ("baiacu pintado" ou "pinima") e Lagocephalus laevigatus (Linnaeus, 1766) ( "baiacu arara", "caiopa", ou pachaco"), coletados no Canal de São Sebastião, litoral, 1766) ("baiacu arara", "caiopa", ou "pachaco"), coletados no Canal de São Sebastião, litoral Norte do Estado de São Paulo. Também, procurou-se avaliar uma possível relação entre a toxicidade do baiacu S. spengleri com o seu sexo e seus hábitos alimentares. As toxicidades dos baiacus foram expressas em unidades camundongo por grama de tecido fresco (MU/g), onde 1 MU corresponde à quantidade de toxinas guanidínicas necessárias para matar um camundongo macho de 20g em trinta minutos (1MU equivale a 0,2'mu'g de TTX). Extratos etanólicos do músculo e, emseparado, da pele + vísceras foram realizados a partir de exemplares destas duas espécies de baiacus e testados em camundongos suíços da espécie Mus musculus. Os extratos do músculo de exemplares de Sphoeroides spengleri quando administrados em camundongos apresentam, em todos os meses amostrados (janeiro=10 exemplares, fevereiro=1, março=2 de 1996 e jan.=8, fev.=4, abr.=5, mai.=5 de 1997), toxicidade acima dos níveis mínimos adotados internacionalmente para a liberação ao consumo humano, ou seja, acima de 10MU/g, atingindo uma toxicidade mais elevada no mês de março de 1996 (média'MAIS OU MENOS' epm = 385,1 'MAIS OU MENOS'14,6 MU/g). Os extratos da pele e vísceras de S. spengleri apresentaram toxicidade superiores às encontradas no músculo, sendo que os meses de janeiro de 1996 e maio de 1997 foram os mais tóxicos com 422,08 'MAIS OU MENOS'25,5 e 488,92 'MAIS OU MENOS' 54,2 MU/g, respectivamente. S. spengleri apresentou uma nítida variação na toxicidade dos seus tecidos, dependente da localização geográfica, sendo os exemplares coletados na Praia do Portinho (Ilha Bela) bem mais tóxicos que os coletados na Praia do Cabelo Gordo (continente). Quanto ao baiacu L. laevigatus, as toxicidades do músculo, bem como da pele e víceras, ao longo dos meses amostrados (jan.=3exemplares, fev.=3, mar.=3, jul.=10, ago.=10, set.=8 e nov.=10 de 1996 e jan.=8, fev.=5, mar.=9, abr.=7 e maio=7 de 1997), não foram superiores a 1,6 MU/g, portanto ficandobem abaixo do limite de 10MU/g. Desta forma, a carne deste peixe pode ser considerada adequada ao consumo humano. A análise do conteúdo estomacal de S. spengleri demonstrou que apesar deste peixe possuir um hábito alimentar generalista, microcrustáceos gamarídeos são de sua preferência. Estes resultados conduzem a necessidade de estudos posteriores para se verificar a presença de TTX em gamarídeos, fato este até então não mencionado na literatura. Em ambas as espécies de baiacus não foi verificada uma clara relação entre a toxicidade dos tecidos e o sexo destes peixes. Experimentos eletrofisiológicos (crustáceos e de junção neuromuscular camundongos) demonstraram que os extratos de músculo e pele + vísceras de S. spengleri e L. laevigatus provocaram a inibição dos potenciais de ação evocados tanto no nervo quanto no múscuylo de maneira similar à provocada pela TTX padrão. A cromatografia líquida de alta eficiência comprovou a presença de grandes quantidades de TTX nos extratos de S. spengleri, enquanto que os de L. laevigatus apresentaram apenas os derivados de baixa toxicidade provenientes desta toxina. O baiacu S. spengleri foi considerado extremamente venenoso e nunca deve ser utilizado como alimento. Por outro lado, esta espécie apresenta-se como uma excelente fonte para a obtenção da TTX para a pesquisa nos países latino-americanos, onde esta espécie é abundante. L. laevigatus foi considerado um peixe não venenoso, podendo serutilizado, seguramente, como uma fonte alternativa para a alimentação pelos habitantes no litoral Norte paulista
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 15.12.1998

  • Como citar
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    • ABNT

      OLIVEIRA, Joacir Stolarz de. Determinação dos níveis de toxicidade em peixes marinhos da família Tetraodontidae (Osteichthyes, Teleostei). 1998. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998. . Acesso em: 19 set. 2024.
    • APA

      Oliveira, J. S. de. (1998). Determinação dos níveis de toxicidade em peixes marinhos da família Tetraodontidae (Osteichthyes, Teleostei) (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Oliveira JS de. Determinação dos níveis de toxicidade em peixes marinhos da família Tetraodontidae (Osteichthyes, Teleostei). 1998 ;[citado 2024 set. 19 ]
    • Vancouver

      Oliveira JS de. Determinação dos níveis de toxicidade em peixes marinhos da família Tetraodontidae (Osteichthyes, Teleostei). 1998 ;[citado 2024 set. 19 ]


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