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Biologia populacional de Lytechinus variegatus (Lamarck, 1816) em habitats contrastantes do litoral do Rio de Janeiro (1998)

  • Autores:
  • Autor USP: JUNQUEIRA, ANDRÉA DE OLIVEIRA RIBEIRO - IB
  • Unidade: IB
  • Sigla do Departamento: BIZ
  • Assunto: ZOOLOGIA
  • Idioma: Português
  • Resumo: Lytechinus variegatus apresenta ampla distribuição latitudinal ao longo da costa leste das Américas. Embora seja encontrado em uma variedade de hábitats ao longo de sua área de distribuição, a investigação da biologia populacional desta espécie concentrou-se nas pradarias da grama Thalassia testudium, onde predomina. O presente trabalho consta de duas partes principais. Na primeira, são comparados os parâmetros demográficos em dois hábitats contrastantes em relação ao tipo de substrato e domínio bentônico, situados no litoral do Rio de Janeiro. Um dos hábitats foi o infralitoral rochoso de um parcel (Parcel do Aleijado), localizado na Baía da Ribeira, na costa sul do estado. Esta área caracteriza-se por uma alta precipitação anual, uma considerável variação de salinidade (23 a 36 'POR MIL') e de temperatura da água (24 a '30 GRAUS'C), além de costões rochosos com cobertura algal pouco densa. O outro hábitat estudado foi a região entremarés da lha do Japonês, que apresenta substrato arenoso e gramas da espécie Halodule wrightii, situado na região de Cabo Frio, na costa norte do estado. Esta região sofre influência do fenômeno de ressurgência e apresenta baixa precipitação anual. No período de estudo, a temperatura média da água na região variou de '17 GRAUS'C a '28 GRAUS'C, sendo registradas acentuadas diferenças interanuais na freqüência de ressurgência. Especificamente na região entremarés da Ilha do Japonês, a temperatura da água variou de '20 GRAUS'C a '36GRAUS'C e a salinidade de 34 a 40'POR MIL'. A estrutura populacional foi avaliada nos dois hábitats por meio de estimativas tanto na densidade populacional, quanto no tamanho dos indivíduos. No infralitoral rochoso também foram realizadas avaliações da freqüência e intensidade do assentamento. Houve uma diferença marcante entre a estrutura populacional nos dois hábitats. A densidade populacional foi maior e estável no Parcel do Aleijado ) (2,5ind.'m POT.-2') em contraste com a Ilha do Japonês, onde a densidade variou consideravelmente de 0,57 a 0ind.'m POT.-2' (extinção local). Neste último, foram registradas variações temporais significativas na estrutura de tamanho (Kolmogorov-Smirnov, p<0,05). Enquanto na população da pradaria de gramas e substrato arenoso predominaram juvenis (diâmetro médio mensal de 12,9 a 41,0 mm), a população do infralitoral rochoso foi composta principalmente por adultos (diâmetro médio mensal de 56,2 a 59,5 mm). Foram registradas taxas de recrutamento, crescimento e mortalidade diferentes, para cada uma das populações. Estas foram determinadas, em grande parte, por fatores intrínsecos aos dois tipos de hábitats. Fatores extrínsecos, como variações de temperatura e salinidade e a freqüência de ressurgência a cada uma das regiões estudadas, também estiveram envolvidos. Na segunda parte do trabalho são apresentados os resultados relativos à verificação da hipótese de ocorrência de variação fenotípic entre indivíduos das duaslocalidades, Baía da Ribeira e Cabo Frio. Na primeira, os espécimes estudados foram coletados no mesmo parcel onde se deu o estudo populacional. Em Cabo Frio, os indivíduos foram coletados no infralitoral rochoso da Praia do Forte, muito próximo à Ilha do Japonês, em virtude da escassez de indivíduos adultos durante a maior parte do ano na população dessa área. Mensalmente, 10 espécimes entre 60 e 70 mm de diâmetro da carapaça foram coletados em cada localidade, pesados e dissecados para a determinação do peso da carapaça, peso e comprimento da lanterna de aristóteles, peso intestinal e peso gonadal, utilizados para cálculo dos índices corpóreos. Análises histológicas com a finalidade de determinar a relação entre índice gonadal e estágio de desenvolvimento gonadal foram realizadas. Foi constatada variação fenotípica, tanto morfológica quanto fisiológica. Embora muitos caracteres ) morfológicos não tenham variado entre os indivíduos das duas populações, houve variação significativa do peso da carapaça e do tamanho da lanterna. O índice da carapaça foi significativamente maior em Cabo Frio, enquanto o da lanterna foi significativamente menor nessa localidade (Teste de Mann-Whitney, p<0,0001). O mecanismo de produção destas variações não foi determinado, embora a ocorrência de plasticidade fenotípica tenha sido sugerida. A determinação da distância genética entre as populações e estudos experimentais direcionados para comprovar a ocorrência deplasticidade fenotípica podem contribuir para elucidar a questão. As variações fisiológicas, relacionadas à produção gonadal e ao padrão reprodutivo em cada localidade, parecem ser influenciadas diretamente pelo ambiente, estando estreitamente relacionadas às condições ambientais. Os índices gonadal e de repleção intestinal foram significativamente maiores em Cabo Frio (Teste de Mann-Whitney, p<0,01), onde a disponibilidade de alimento foi maior. O ciclo reprodutivo de L. variegatus na Baía da Ribeira apresentou positiva com a salinidade ('r IND.s'=0,88, p=0,02) e com o índice de repleção intestinal('r IND.s'=0,54, p=0,03). Este último apresentou correlação negativa com a temperatura ('r IND.s'=0,79, p<0,001). Os índices gonadal e de repleção intestinal não apresentaram variação cíclica em Cabo Frio. A correlação significativa entre índice gonadal e estágio de desenvolvimento gonadal indicou que a variação do índice refletiu o processo de gametogênese nos indivíduos das duas populações
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 30.09.1998

  • Como citar
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    • ABNT

      JUNQUEIRA, Andrea de Oliveira Ribeiro. Biologia populacional de Lytechinus variegatus (Lamarck, 1816) em habitats contrastantes do litoral do Rio de Janeiro. 1998. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998. . Acesso em: 16 abr. 2024.
    • APA

      Junqueira, A. de O. R. (1998). Biologia populacional de Lytechinus variegatus (Lamarck, 1816) em habitats contrastantes do litoral do Rio de Janeiro (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
    • NLM

      Junqueira A de OR. Biologia populacional de Lytechinus variegatus (Lamarck, 1816) em habitats contrastantes do litoral do Rio de Janeiro. 1998 ;[citado 2024 abr. 16 ]
    • Vancouver

      Junqueira A de OR. Biologia populacional de Lytechinus variegatus (Lamarck, 1816) em habitats contrastantes do litoral do Rio de Janeiro. 1998 ;[citado 2024 abr. 16 ]

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