Amamentação e trabalho na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo: um estudo sobre as representações sociais (1998)
- Autores:
- Autor USP: REZENDE, MAGDA ANDRADE - EE
- Unidade: EE
- Sigla do Departamento: ENP
- Assunto: ALEITAMENTO MATERNO
- Idioma: Português
- Resumo: Esta pesquisa teve por objetivo conhecer as representações sociais referentes à amamentação e trabalho de um grupo de mães funcionárias da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (cidade de São Paulo). O grupo é composto por enfermeiras, docentes da escola em questão, e não-docentes, vinculadas aos serviços de apoio da instituição, suas condições sócio-econômicas são diferentes, bem como a organização de seu trabalho. Todas tiveram filhos entre agosto de 1993 e agosto de 1997 e foi a respeito desta maternidade/amamentação que girou a pesquisa. Foi utilizado o referencial das representações sociais, criado e sistematizado por MOSCOVICI para analisar o fenômeno. Concluiu-se para as mães enfermeiras docentes que suas vivências são diferentes conforme se trate de primeiro ou segundo filho. No caso de primeiro, a amamentação é necessariamente entendida como indispensável para a maternidade. Após se tornarem mães vivem uma situação angustiante no que diz respeito à amamentação: cobram de si mesmas elevados padrões de desempenho. Talvez por este motivo, e, ainda por causa de sua recente experiência como mães, desmamam antes do período previsto. Como consequência reformulam sua concepção de maternidade e concluem que podem ser boas mães sem amamentar. Ao término de sua licença maternidade (no caso de ainda não terem desmamado) retornam ao trabalho e têm dificuldade para conciliar a amamentação, cuidado à criança, trabalho e atividades domésticas. Têm dificuldade parase separar da criança e delegar seu cuidado a outrem: o que afeta inclusive seu desempenho no trabalho, o qual, no entanto, priorizam embora saibam que nele não há lugar para a maternidade. No caso das que estão vivendo a maternidade pela segunda vez, a amamentação também é entendida como indispensável, mas, após o nascimento do bebê vivem uma situação que, apesar de trabalhosa, não é permeada por angústia. Continuam a amamentação ao retornar a ) suas atividades docentes e mesmo após, ultrapassando o período de 12 meses. Portanto, sua representação de amamentação como parte da maternidade é reiterada. Tais mães conciliam amamentação, cuidado à criança, trabalhos remunerado e doméstico com menor sofrimento psíquico, quando comparadas às anteriores. Para as mães não-docentes a amamentação também é percebida como parte integrante da função de ser mãe. Formam um grupo homogêneo no que diz respeito as suas condições e desempenhos em amamentação. Quando retornam ao trabalho remunerado todas ainda estão amamentando seus bebês, e como precisam ficar longe destes durante o serviço não podem amamentá-los. O trabalho para essas é quase sempre uma necessidade financeira, e não um projeto de vida. Para as mães enfermeiras docentes concluiu-se que: (1) são contraproducentes as elevadas exigências que a nutriz faz a si mesma em amamentação, pois contibuem para o desmame precoce; (2) tais tipos de exigências estão relacionados à primeira vivência de ser mãe e,provavelmente, a sua formação como enfermeira, a qual costuma ser rígida e centrada na tarefa; (3) para conciliar trabalhos doméstico e remunerado, além de amamentação/cuidado à criança, a mãe precisa prover condições que a amparem: providenciar ajuda para as atividades em casa, aumentar o tempo de afastamento do serviço e diminuir sua jornada diária de trabalho. A situação melhora, também, caso venha a ser apoiada por suas colegas no trabalho, o que ocorre eventualmente; e, (4) esperam contar com o berçário durante o período de amamentaçào. Para as mães não-docentes concluiu-se que: (1) ter expectativas menos elevadas quanto à amamentação pode tê-las auxiliado no sucesso obtido; (2) têm dificuldades para conciliar trabalhos doméstico e remunerado, bem como amamentação/cuidado à criança, tal qual as mães docentes, mas sua premência econômica é pior e isto dificulta obter cuidado adequado para ) sua criança, e, (3) esperam contar com berçário para o bebê em seu ambiente de trabalho
- Imprenta:
- Data da defesa: 23.04.1998
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ABNT
REZENDE, Magda Andrade. Amamentação e trabalho na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo: um estudo sobre as representações sociais. 1998. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998. . Acesso em: 17 abr. 2024. -
APA
Rezende, M. A. (1998). Amamentação e trabalho na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo: um estudo sobre as representações sociais (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. -
NLM
Rezende MA. Amamentação e trabalho na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo: um estudo sobre as representações sociais. 1998 ;[citado 2024 abr. 17 ] -
Vancouver
Rezende MA. Amamentação e trabalho na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo: um estudo sobre as representações sociais. 1998 ;[citado 2024 abr. 17 ] - Memorial
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